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Sócios querem conservar o Volkswagen Clube
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
26/09/2005 | 08:24
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Oitenta sócios entraram na briga para conservar o Volkswagen Clube. As armas são a conscientização e liminares na Justiça. O grupo venceu o primeiro round ao revogar a cobrança de taxas extras na entidade. A próxima fase será lutar contra a desapropriação do clube, que foi declarado de utilidade pública no dia 25 de agosto. Caso a Justiça dê ganho de causa à Prefeitura de São Bernardo, o espaço se transformará em uma das principais instalações dos Jogos Abertos do Interior, que acontecerão em outubro do ano que vem na cidade. Se os sócios não conseguirem impedir a posse municipal, vão entrar com ação indenizatória contra a diretoria do VW Clube.

O funcionário público Eder Charles, sócio do clube há mais de 20 anos, se mostrou indignado com a atitude da diretoria do Volks Clube. O associado vai todos os dias ao clube e conversa com sócios que ainda não sabem da determinação municipal. "Primeiro, eles quiseram cobrar taxas extras para cobrir as dívidas. Sou sócio remido há 12 anos, e o estatuto do clube diz que não se pode cobrar taxa desta categoria, já que pela lei pagamos apenas pelo título", explicou Charles. A idéia da diretoria, segundo o funcionário público, é cobrir o rombo de R$ 2,8 milhões de dívidas trabalhistas e de impostos, entre eles o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

No entanto, segundo um ex-funcionário do clube que não quis se identificar, a dívida pode ser até maior. Este montante, R$ 2,8 milhões, seria apenas de IPTU. As dívidas trabalhistas ultrapassariam R$ 3,5 milhões. "Eles vão entregar o clube à Prefeitura para fugir dos problemas", disse o ex-funcionário, que trabalhou por oito anos na entidade.

Charles e os 79 associados entraram na Justiça para que pudessem freqüentar o clube sem a necessidade de pagar uma taxa extra de R$ 56 por 24 meses, enquanto os sócios remidos master (associados que pagam um salário mínimo no final de cada ano) desembolsariam R$ 36 no mesmo período. Os demais associados teriam um acréscimo de R$ 6 na manutenção de R$ 78 mensais, considerada alta. Com o montante seria aberto um fundo de caixa para abater as dívidas.

O funcionário público e os sócios deixaram o clube em virtude da diretoria não ter cumprido suas promessas e ainda pela alta mensalidade. Charles citou o caso do complexo aquático, inaugurado na administração do ex-presidente Lauro Gilmar Teixeira. Os 15 mil metros quadrados foram abertos ao público em 2001. A segunda etapa que teria toboágua, piscina aquecida e área para shows nunca saiu do papel. O ex-funcionário declarou que a situação do clube piorou ainda mais com a construção do complexo. "A piscina afundou o clube. Gastaram milhões e, por fim, não atraíram tantos sócios assim", explicou o ex-funcionário. Na época, o VW Clube gastou R$ 5 milhões na construção.

Campestre – É nula a possibilidade dos sócios se transferirem para a sede campestre do VW Clube, que fica na Estrada Velha de Santos. "As pessoas pagam suas mensalidades para freqüentar a sede urbana do clube. Muitos associados moram nos bairros próximos do clube", disse Eder Charles. O casal Ricardo e Ana Paula Bonato também nem pensam em freqüentar a sede campestre. "Eu pago a minha mensalidade em dia. A dívida é da diretoria e não queremos ir para outro lugar", disse Ana Paula. O presidente do clube, Osvaldo Caniato, foi procurado pela reportagem do Diário mas não foi localizado.




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