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Massa enfrenta o fantasma de sempre
Por Flavio Gomes
Da Warm Up, para o Diário
11/03/2006 | 08:44
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Enquanto Rubens Barrichello "fugia" de Maranello, pelo mesmo portão entrava um substituto com a mesma bandeira. Felipe Massa foi imediatamente alçado à condição de titular, entre outros motivos porque já estava na mão. Ele era contratado da Ferrari desde o final de 2001. Em 2003, foi piloto de testes da equipe. Em 2002, 2004 e 2005, correu emprestado para a Sauber. Num momento em que os italianos não sabem o que será de Schumacher, era a peça ideal.

Ideal porque Kimi Raikkonen já está praticamente contratado para 2007. Se Michael resolver parar, sorte de Felipe: será o segundo piloto. Se o alemão decidir continuar, azar dele: terá de dar o lugar ao finlandês. Massa sabe de tudo isso. Assinou por apenas um ano, mesmo tendo uma proposta da BMW para três temporadas. A tal atitude chama-se "confiar no taco". "É uma chance que não podia deixar passar, de correr por uma equipe de ponta", justifica.

O futuro imediato de Felipe na F-1 depende do que fizer em 2006. Se for bem e Schumacher seguir sua carreira, pode até ser emprestado de novo, valorizado, com a promessa de voltar no dia em que o alemão abandonar as pistas. Se for mal, vai ter de se virar sozinho. É uma situação que parece incômoda, mas não abala o jovem paulista de 24 anos. "Quando fui para a Europa, tinha dinheiro para seis corridas na F-Renault. Se ganhasse, continuaria a correr. Se não ganhasse, encerraria a carreira. Isso é que é pressão", disse.

Uma das dificuldades de Felipe será a mesma que Rubens enfrentou nos seus seis anos vermelhos: Schumacher, um tarimbado destruidor de companheiros de equipe. Sua sorte é que o homem que assombrou Barrichello parece estar mais calmo, depois de sete títulos e um balaio de recordes. Mas é sempre um fantasma capaz de tirar o sono de qualquer um.

De estilo arrojado e agressivo, Felipe pode cair nas graças da torcida e da imprensa italianas se a Ferrari fizer um carro competitivo. O problema é que o modelo 248 F1 não encantou ninguém nos testes de pré-temporada. De qualquer forma, vai ser curioso observar como ele vai se comportar numa equipe grande como titular. No mínimo, será um curso intensivo, daqueles que podem significar o rito de passagem da condição de promessa para piloto de ponta de verdade.




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