Política Titulo Catarata
Comando da Câmara evita dar prioridade à CPI da Catarata
Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
16/02/2016 | 07:00
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A mesa diretora da Câmara de São Bernardo evita colocar como tema prioritário a discussão da CPI da Catarata para apurar as responsabilidades do mutirão da cirurgia de catarata realizado pela Prefeitura em janeiro e que deixou 18 cegos.

O pedido de CPI recebeu votos suficientes para ingressar na pauta de debate dos parlamentares, mas ainda faltam cinco assinaturas para que o tema entre em votação no regime de urgência.

“Sem o número de rubricas exigidas pelo regimento interno não posso fazer nada. Fica como material a ser apreciado, na fila”, disse o presidente da Câmara, José Luís Ferrarezi (PT).

Assim, há risco de o debate ser esquecido, como foi no caso da CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo), para apurar as causas dos graves problemas financeiros da autarquia. Em agosto, a oposição também conquistou votos para que o tema entrasse na pauta do Legislativo, mas não a quantidade para que o item tivesse chancela de regime de urgência. O resultado é que, passados seis meses, não há perspectiva de votação da CPI do Imasf.

No dia 30, a Prefeitura de São Bernardo organizou o mutirão da catarata e contratou o Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista para fazer os procedimentos no Hospital de Clínicas. Foram 27 atendidos, sendo que 21 tiveram algum tipo de infecção e 18 pacientes ficaram cegos. O governo de Luiz Marinho (PT) abriu sindicância para investigar os fatos e o Ministério Público acompanha o caso. Porém, nenhuma resposta foi dada passadas duas semanas do ocorrido e Marinho se recusa a comentar o episódio.

Diante do impasse, o autor do requerimento de solicitação da CPI, o oposicionista Julinho Fuzari (PPS), cogita acionar a Justiça, embora alegue que sua prioridade no momento é debater o assunto com os vereadores.

“O meu principal objetivo era garantir que todos os vereadores aceitassem o pedido da CPI e a partir daí iniciarmos detalhada investigação. Foi episódio trágico que afetou a vida de famílias”, afirmou. “Acredito na sensibilidade dos parlamentares. O que vou tentar mostrar é que CPI pode convocar pessoas, requisitar documentos. Ou seja, vai ajudar esclarecer muitos fatos. Mexeu com vidas e isso não pode simplesmente passar.”

O popular-socialista revelou que encaminhou ao presidente da comissão de Saúde do Legislativo, Fábio Landi (PSD), que votou favoravelmente à CPI, pedido de acompanhamento de trabalhos investigativos. “O comissão pode convidar e trazer fatos. O que pedi foi acompanhamento de tudo. Porém, não vou deixar de brigar por investigação maior.”




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