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Fracasso na OMC foi alerta de países pobres, diz Bird
Da AFP
23/09/2003 | 09:15
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O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, afirmou nesta terça-feira, em Dubai, que o recente fracasso da reunião de Cancún foi um alerta lançado pelas nações pobres, que consideraram "inaceitáveis" as propostas dos países ricos para liberalizar o comércio.

Em Cancún, as nações pobres "assinalaram que deve haver um maior equilíbrio entre os ricos e poderosos e os pobres e numerosos", disse Wolfensohn, ao inaugurar a reunião anual do BM e do Fundo Monetário Internacional, que se realiza pela primeira vez em um país árabe.

"Assinalaram que para que haja paz e desenvolvimento constante, deve se definir um conjunto distinto de prioridades", acrescentou o presidente do Banco Mundial, ao fazer um balanço da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, que terminou no dia 14 passado com um grande fracasso.

Os países em desenvolvimento "fizeram esforços importantes para cumprir sua parte" nas negociações comerciais, destacou. "Mas perceberam que as nações industrializadas não fizeram o suficiente, particularmente na questão dos subsídios agrícolas", afirmou.

Wolfensohn retomou em seu discurso os argumentos e dados manejados na reunião de Cancún pelos países pobres e em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África, ao lembrar que "as duas terças partes dos pobres do mundo dependem da agricultura para sua subsistência".

"E o que vêem os países pobres é que as nações ricas colocaram sobre a mesa propostas que não respondem a suas demandas neste campo crucial" da agricultura, ressaltou o presidente do BM.

Wolfensohn descreveu em seu discurso "as forças de desequilíbrio no mundo", onde 1 bilhão de pessoas tentam sobreviver com um dólar por dia enquanto os outros repartem entre si 80% da riqueza no mundo. Decididamente, este é um mundo em desequilíbrio", concluiu.




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