A Prefeitura de São Bernardo será responsável pela administração do desfile de Carnaval na cidade, que será menor e com infraestrutura precária em relação aos últimos anos – não está prevista sequer arquibancada para o público. A decisão foi tomada ontem após impasse com a Superliga e a União Cultural das Escolas de Samba, que não apresentaram documentação necessária para serem consideradas aptas a comandar o evento no município. Segundo o Executivo, os desfiles serão realizados em espaço atrás do Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, no dia 7 de fevereiro, a partir das 17h30.

Para agravar ainda mais a situação, a menos de um mês da Folia, as agremiações não receberam um centavo de subvenção do Executivo. A Prefeitura repassará R$ 45 mil para cada escola do Grupo 1, R$ 27 mil para as do Grupo 2 e R$ 7.700 para as agremiações pleiteantes. “Provavelmente as escolas receberão o valor na próxima terça-feira”, diz a presidente da União Cultural das Escolas de Samba, Márcia Araújo Conceição.

O local de realização do Carnaval foi alterado após o fiasco de 2014, quando o evento foi sediado na Estância Alto da Serra e registrou inúmeros problemas – até curva havia na passarela, além da dificuldade de acesso. A Prefeitura, junto aos presidentes das agremiações, decidiu pela realização no espaço atrás do Ginásio, na Avenida Kennedy.

Ainda que mais próximo que a Estância Alto da Serra, o lugar escolhido para receber os foliões está praticamente abandonado, conforme a equipe do Diário constatou ontem. O asfalto está esburacado e com imperfeições, o que pode dificultar o trajeto dos carros alegóricos e prejudicar o avanço dos passistas. Segundo a Prefeitura, até o momento, somente sete escolas estão aptas a participar do desfile, mas este número pode aumentar.

O presidente da Superliga, Leo Oliveira, manifestou preocupação em relação à estrutura do desfile. Segundo ele, nem mesmo arquibancada para receber os espectadores a administração municipal prometeu. “Depois da última reunião que tivemos com a Prefeitura, ficou claro que não havia infraestrutura para a realização da festa. O som também estará comprometido. Estou triste com o jeito que estão fazendo a Folia, mas só nos resta ajudar como podemos”, desabafa.

As duas entidades que disputam entre si a responsabilidade pela organização do Carnaval não atingiram os critérios exigidos pelo Executivo para administrar a festa. Tanto a Superliga quanto a União Cultural apresentaram o mesmo número de agremiações aptas a desfilar, segundo a Prefeitura. Dessa forma, conforme regulamento, a União Cultural foi eleita por ter maior tempo de atividade, porém, por não apresentar a documentação necessária, também foi desclassificada. “Vamos auxiliar no que for preciso para que as escolas de São Bernardo estejam na avenida”, garante a presidente da União Cultural.

Santo André será única a realizar evento nos moldes tradicionais

A Prefeitura de Santo André será a única da região a realizar desfile de Carnaval nos moldes tradicionais neste ano, nos dias 6 e 7, na Avenida Firestone. O último ano em que as principais cidades da região fizeram a Folia foi 2010, quando Santo André,São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá levaram escolas à avenida.

Desde então, cidades com desfiles tradicionais não conseguiram realizar a festa de maneira consecutiva. É o caso de Mauá, que neste ano, assim como nos anteriores, alegou falta de verba. Diadema afirmou que irá apostar em blocos espalhados pela cidade. São Caetano informou apenas que não organizará Carnaval. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra nunca fizeram desfiles de escolas de samba.