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Obra particular interdita parte da Av. dos Estados
Por Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
15/10/2010 | 07:10
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A partir de segunda-feira o motorista que costuma usar a Avenida dos Estados nos horários de rush vai encontrar dificuldades no fluxo, já que parte da pista de acesso à Capital ficará interditada por conta de obras de implementação de 3.280 metros de adutora na altura do Viaduto Cassaquera.

Cada etapa irá fechar dois quilômetros da via. A obra irá durar cerca de seis meses. A estrutura faz parte do projeto Aquapolo, realizado pela Sabesp e Foz do Brasil, concessionária de saneamento de Mauá, para fornecimento de água de reuso a empresas do Pólo Petroquímico.

A Avenida dos Estados é uma das principais ligações com São Paulo para os municípios de Mauá, Santo André e São Caetano. Ao logo dos 32 quilômetros que corta do Grande ABC, a expressa sofre com a grande quantidade de veículos nos horários e pico. Além disso, problemas de drenagem permitem pontos de inundação em períodos de chuva.

Faixas informando as intervenções e vias de desafogamento serão colocadas na avenida hoje, após às 11h, quando as empresas anunciam a iniciativa em coletiva de imprensa, na ETE ABC (Estação de Tratamento de Esgoto), na divisa de São Caetano e Capital.

Na segunda-feira, a construtora responsável pela empreitada vai fazer a sondagem do solo. Um cavalete com perfuradeira de médio porte será instalado à partir das 22h, interditando parcialmente a avenida.

A sondagem vai durar aproximadamente quatro horas, conforme estimativa feita pelos responsáveis da Aquapolo.

Escavadeiras, compressores de ar, caminhões e operários começam o canteiro de obras na quarta-feira.

O DST (Departamento de Segurança de Trânsito) vai enviar quatro viaturas durante a sondagem. O responsável pelo departamento, Adriano Roberto Silva, explicou que os agentes de trânsito já estão orientados no auxílio aos motoristas. "A obra é da iniciativa privada, mas vamos trabalhar para minimizar o desconforto de moradores e motoristas", garantiu o diretor.

Para evitar o trânsito afogado, o condutor que utilizar a avenida em direção à Capital pode fazer o desvio pelas avenidas Evangelista de Souza e das Nações, na região do Jardim Oratório.

No sentido São Paulo-Santo André, Silva informou que o trânsito não será afetado com as intervenções.

OBRAS
O responsável pelo Aquapolo, Guilherme Paschoal, explicou que, ao todo, serão conectados 16.800 mil metros de condutores, que ligam a ETE ao Pólo Petroquímico.

Os trabalhos vão interferir também no bairro Mauá e Centro de São Caetano.

O secretário de Mobilidade Urbana do município, Marcelo Ferreira de Souza, explicou que as intervenções estão localizadas no cruzamento da avenida Guido Aliberti com a rua Professora Maria Macedo, na região central.

"Nessa primeira fase, o trânsito não está sendo prejudicado. A empresa instalou a sinalização adequada", falou o secretário.


Empresa planeja faturar R$ 1,2 bilhão

A Aquapolo, empresa de capital fechado controlada pela Sabesp e Foz do Brasil, pretende faturar R$ 1,2 bilhão nos próximos 33 anos com único projeto. Criada em abril com propósito específico, fornecer água de reuso ao Pólo Petroquímico de Capuava, a empresa terá receita anual prevista em R$ 38 milhões.

De acordo com o diretor da Aquapolo representante da Foz, Guilherme Paschoal, está previsto no estatuto da empresa que a finalidade é apenas fornecer água para o Pólo. E para isso serão investidos R$ 253 milhões. A população não terá custos adicionais em suas tarifas de água e esgoto por causa da obra, afirmou o executivo.

O custo do processo, levando em consideração o tratamento e o bombeamento da água, é estimado em R$ 20 milhões ao ano. O resultado é geração de faturamento líquido de R$ 18 milhões ao ano.

A viabilidade do empreendimento, que é o maior do Hemisfério Sul, surgiu pelo contrato assinado pela Quattor, controlada pela Brasken. A empresa contratará os serviços da Aquapolo até 2043. "Esta assinatura garante a existência da empresa", pontuou Paschoal.

DIVIDENDOS
A Foz, empresa de engenharia ambiental da Odebrecht, mantém 51% da Aquapolo, enquanto a Sabesp controla 49%. E o lucro da empresa de fins específicos vai aos acionistas de suas controladoras. "A previsão é de rentabilidade de 7% ao ano, mais do que a média da Poupança", afirmou o diretor da Aquapolo representante da Sabesp, Fernando Gomes da Silva.

INVESTIMENTOS
Paschoal explicou que o valor de investimento está fechado. E pequenos imprevistos, se aparecerem, não alterarão o custo.

Ele explicou que o orçamento para a comunicação sobre as obras do projeto, que comprometerão trechos da Avenida dos Estados até o primeiro semestre de 2012, ainda não está definido. "Pretendemos distribuir panfletos aos motoristas que transitam no local, utilizar outdoors e também entrar na mídia, mas não definimos em quais ainda", pontuou. Anúncios de TV foram descartados. (Pedro Souza)

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Projeto irá gerar 1.000 litros de água de reuso por segundo

O projeto Aquapolo vai produzir 1.000 litros de água de reuso por segundo, que vão ser utilizados pelas empresas do Pólo Petroquímico no processo de arrefecimento dos equipamentos.

Com a iniciativa, as petroquímicas vão conseguir economizar 1 bilhão e 684 milhões de litros por mês. O volume é suficiente para abastecer uma população de 350 mil habitantes, quase o tamanho de Diadema, por exemplo.

"É uma iniciativa de sustentabilidade pioneira na região. Conseguimos investir em equipamentos que vão permitir a produção de água pura através de esgoto", afirmou o diretor do Projeto Aquapolo Ambiental, Guilherme Paschoal.

Em anexo à ETE ABC (Estação de Tratamento de Esgoto), Sabesp e Foz do Brasil estão construindo outra unidade de tratamento.

O esgoto captado vai passar pelos filtros de alta tecnologia, que transformam os resíduos em água limpa. O projeto inicial previa a instalação da estação em Mauá. Porém, o volume de esgoto produzido pela cidade não seria capaz de alimentar o Pólo.
Da ETE, o volume tratado será enviado para o Pólo através de adutoras. Paschoal explicou que o projeto inicial previa a instalação dos dutos no leito do rio Tamanduateí, na Avenida dos Estados.

"Alteramos o projeto para não prejudicar o rio, que passa por cheias em períodos de chuvas intensas", continuou o engenheiro.

Grande parte do traçado dos dutos será feito nas margens da área da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), cruzando São Caetano e Santo André.

Os tubos, com 90 centímetros de espessura, serão instalados 5 metros abaixo do solo.

Em alguns trechos, segundo Paschoal, os canais serão fixados sobre o solo. "Mas são partes que não vão prejudicar as viagens dos trens e nem danificar a tubulação", garantiu o diretor.

A previsão é de que todo o processo seja concluído em 2011. Em São Caetano, o projeto foi alterado em 600 metros de tubulação e a Aquapolo acrescentou de R$ 5 milhões aos trabalhos no bairro Fundação, por conta de desvio solicitado pela Prefeitura. (Renan Fonseca)




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