Economia Titulo Previdência
Dona de casa com perícia no INSS não conseguirá atendimento

Moradora de Diadema possui agendamento para o filho deficiente na segunda para pleitear o Loas, mas, devido à greve, terá de esperar

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
18/07/2015 | 07:17
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Os últimos dias têm sido de extrema preocupação para a dona de casa Andrea Bezerra, 38 anos, pois, após cinco meses para arrumar a documentação de seu filho, diagnosticado com retardo mental e esquizofrenia com bipolaridade, e mais um para conseguir agendar a perícia no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), eles deveriam comparecer à agência da Previdência Social na segunda-feira. No entanto, o agendamento foi feito na unidade de Diadema, a mais próxima de sua casa, justamente uma das únicas na região em que a adesão à greve dos servidores é total.

“Descobri que meu filho Kaíque tem direito a um benefício da Previdência Social, o Loas, e como aqui em casa meu marido está desempregado, e vivemos de alguns bicos que ele faz, precisamos muito desse dinheiro”, desabafa. O BPC-Loas (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social) remunera em um salário-mínimo, hoje em R$ 788, desde que se comprove renda familiar deve ser inferior a 25% do mínimo, ou seja, R$ 197.

Questionado sobre o que Andrea poderá fazer, o INSS informa que “os segurados que tenham agendamento marcado e que não sejam atendidos em razão da paralisação dos servidores terão sua data de atendimento remarcada. O reagendamento será realizado pela própria agência e o segurado poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada para o atendimento.” O mesmo telefone pode ser utilizado para consultar quais unidades estão operando.

Persistente, a dona de casa de Diadema vai comparecer à agência de sua cidade às 8h45 de segunda, conforme agendado. “Vou arriscar. Preciso muito solucionar essa questão”, diz. “Se não conseguir ser atendida, vou ligar para o 135.”

GREVE

A paralisação dos servidores, que entra no 12º dia, passou hoje por assembleia na sede do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo), na Capital, em que foi votada a continuidade do movimento. “Agora esperamos a reunião com o Ministério do Planejamento, na terça-feira, em que a expectativa é conseguir aprovação para repor as perdas salariais desde 2010, que somam 27,3%”, conta Tiago Alves, diretor do Sinsprev. O governo oferece 21,3% para serem pagos em quatro anos.

Na região, a adesão é total em Diadema e Mauá, e parcial nas demais cidades, o que significa que perícias podem ser realizadas, mas não há garantias.
 




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