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Sacos plásticos estão na mira dos supermercados
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
15/08/2010 | 07:05
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Estimular a redução do uso de sacolinhas pelos clientes está entre as principais metas das redes supermercadistas. A estratégia está dando certo, tanto que o Grupo Pão de Açúcar economizou no semestre R$ 36 mil com embalagens, resultado de maior uso das sacolas retornáveis e caixas de papelão. A Coop (Cooperativa de Consumo) diminuiu em 5% a quantia de sacos, para 11,4 milhões distribuídos por mês.

Na região parece que o número de adeptos da sustentabilidade tem crescido e o objetivo das varejistas está dando certo. As lojas do Extra e Pão de Açúcar venderam no primeiro semestre 13.752 de sacolas retornáveis, conhecidas também como ecobags.

Esta quantidade é maior do que a registrada em 2009, que totalizou 13.110 unidades. Para os cadastrados no programa ‘Pão de Açúcar Mais', os clientes que usarem sacos plásticos ganham cinco pontos. Cada um equivale a R$ 1.

A administradora Valquiria Ferriera Gonzalez, 60 anos, afirma que sempre utiliza caixas de papelão. Da última vez foram quatro caixas para alocar as dezenas de produtos. "Também penso no aspecto ecológico ao fazer isso." Incentivada pela promoção, logo ela cobrou da operadora de caixa sua pontuação extra.

Somente neste ano, a rede Pão de Açúcar economizou 1,2 milhão de sacolinhas. Desde o início da ação o total é de 3,6 milhões de unidades. No ano passado, foi possível reduzir em 26% o volume de sacolas usadas, neste ano chega a 6,5% no semestre.

META
De acordo com o diretor superintendente do INC (Instituto Nacional do Plástico), Paulo Dacolina, a entidade e as varejistas estão educando funcionários e clientes para reduzir em 33% a quantidade de plásticos vendida anualmente até 2013. Em 2007 foram 17,9 bilhões de unidades negociadas e para 2013 espera-se 12 bilhões.

"O principal problema é o uso inadequado da sacolinha, hábito verificado em 74% dos consumidores", detalha Dacolina. A maioria das embalagens usadas pelas grandes redes que participam do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas.
No País, são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima dos sacos). Os 15 bilhões de embalagens produzidas representa 9,7% de todo o lixo gerado, sendo que praticamente 100% são usados para descartar lixo.

DESCONTOS
O Walmart tem como estratégia devolver ao cliente o valor de R$ 0,03 por sacolinha não usada na compra, considerando que cada uma comporta em média cinco produtos. Desde o início da campanha foi concedido R$ 900 mil em descontos, ou seja, 29,5 milhões de plásticos não consumidos.


Grande ABC não possui legislação sobre assunto

Enquanto no Rio de Janeiro a polêmica sobre banir as sacolas plásticas segue, com multa de até R$ 20 mil para estabelecimento de médio e grande portes que não substituírem a embalagem convencional pela retornável, as cidades da região ainda não têm legislação sobre o assunto.

São Bernardo, por exemplo, integra a campanha lançada pelo governo federal Saco é um Saco!, que visa conscientizar a população sobre os problemas que o uso incorreto das sacolinhas pode causa. A secretaria de Gestão Ambiental distribui informativos e realiza palestras.

A administração andreense afirma que "não tem legislação sobre o tema, mas que o assunto está em estudo". As prefeituras de Mauá e Diadema também não possui programa voltado ao impacto do uso ou descarte das sacolas plásticas.

Até o momento, São Caetano não tem planos de banir os sacos plásticos das redes varejistas instaladas na cidade. Em 2008, a administração iniciou a Campanha de Conscientização dos Malefícios pelas Sacolas Plásticas, que durante a Semana do Meio Ambiente é intensificada com atividades para os munícipes.

Na Capital paulista, o projeto de proibição ao uso de sacos plásticos foi vetado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em 22 de janeiro. A Prefeitura alegou que ainda seria preciso analisar melhor a eficiência da medida no controle da poluição.

 

Redução do uso deve gerar economia de R$ 20 mi este ano
Desde a criação do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, parceria entre as supermercadistas e o INC (Instituto Nacional do Plástico), há dois anos, deixaram de ser gastos R$ 58 milhões na compra de sacolas. Isso porque de 2007 a 2009 o volume de sacos produzidos caiu de 17,9 bilhões para 15 bilhões.

A entidade projeta reduzir em 1 bilhão o número de embalagens colocadas no mercado, o que significa R$ 20 milhões que as empresas, principalmente do varejo, deixaram de gastar.
Estimativa da Apas (Associação Paulista de Supermercados) aponta que cada unidade significa gasto médio de R$ 0,02 para os estabelecimentos.

A professora Neusa Carvalho Pires, 63 anos, apoia a iniciativa de uso racional desses objetos. "Nem sequer levo para casa os saquinhos do supermercado. Uso minha sacola retornável e compro sacos de lixo para descartar os resíduos", garante.




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