O leitor pode pensar que estou pirando. Mas, apesar da alegria pelas oito vitórias de Dunga nesta sua segunda passagem pela Seleção, tenho mais dúvidas e angústias do que otimismo com a nova fase vivida pelo futebol brasileiro.

É indiscutível que pelo retrospecto deveríamos vibrar e começar a acreditar no hexacampeonato na Rússia. Afinal, vencemos duas seleções campeãs do mundo – Argentina e França –, alguns times que jogaram a última Copa – Equador, Colômbia, Japão e Chile –, além de adversários medianos – Áustria e Turquia.

Felicidade total? Talvez apenas para José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Além da corriola que gravita em torno deles. E o torcedor, feliz da vida com esses resultados, pode me xingar e dizer que sou azedo como limão galego.

Quanto mais o time de Dunga vencer, mais tranquilos ficarão os cartolas e políticos da bancada da bola. É que as cobranças se enfraquecerão e as promessas feitas após os 7 a 1 não serão efetivadas. A estrutura do futebol brasileiro continuará a mesma, as distorções continuarão as mesmas, os problemas continuarão os mesmos. Até os próximos 7 a 1.

Alerta e corneta

Apesar da aparente maravilha para o técnico Dunga, apesar do retrospecto positivo, as cobranças na Copa América serão inevitáveis. E como sempre, tem de ganhar!

Mudanças

Reinaldo Carneiro Bastos assumirá a Federação Paulista de Futebol nos próximos dias. Simpático e sorridente, o cartola está na entidade há quase 20 anos. De bola conhece pouco. De bastidores é PHD.

Reinaldo vai programar mudanças no Paulistão. Até para marcar a sua gestão. Pode ser para melhor. Mas terá de valorizar os clubes pequenos que não têm nada de significância para fazer no segundo semestre. Além de modernizar o campeonato. Mandei-lhe algumas ideias através de um amigo comum. Se implementadas, poderão revolucionar e dar nova vida para as equipes pequenas. Precisa ter vontade política.