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Grande ABC que chora
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
05/02/2006 | 08:18
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Na área musical e comportamental, o Grande ABC sempre foi reconhecido como reduto de roqueiros. De uns tempos para cá, bom terreno vem sendo conquistado pelo pessoal do hip hop. Numa região formada por uma população que mistura de descendentes de italianos a nordestinos, é de se esperar que haja mesmo espaço para todos os tipos de ouvidos. Além de rock e rap, a oferta de ritmos por aqui trafega por diversos outros caminhos, nos quais samba e choro são também gêneros de destaque. Tratando especificamente do choro, o público não tem motivos para reclamar: tem chorinho de dia e de noite, nos dias úteis e no fim de semana.

Música popular urbana nascido no Rio no fim do século XIX, o choro tem esse nome por conta do espírito melancólico. Mescla de samba e estilos europeus, é essencialmente um gênero improvisado. Entre os mestres do choro figuram nomes das antigas como Pixinguinha até contemporâneos do naipe de Paulinho da Viola. Esses e outros tantos compositores estão nos repertórios mostrados pelos grupos do Grande ABC.

O Chorinho Amizade é uma das formações do gênero mais atuantes na região: em São Caetano, toca às quintas-feiras (das 20h à 0h) no restaurante Sete Mares (tel.: 4232-7774); e em Santo André, sextas (das 19h30 às 23h) na churrascaria Boi Bom (tel.: 4997-4779), sábados (das 20h à 0h) na pizzaria Jóia (tel.: 4438-1855) e domingos (das 11h às 15h) no Bar do Chorinho (tel.: 4972-5900).

O Joca Choro & Seresta é outro velho conhecido dos apreciadores de choro do Grande ABC. Comandado por Joca 7 Cordas, o grupo conta com a mulher e o filho dele, respectivamente a cantora Rosa do Joca e Carlinhos Sete Cordas. Gatão (pandeiro) e Francisco Faninho (flauta) complementam a formação de chorões. Aos sábados (das 14h às 17h) eles se apresentam no bar Pharelo (tel.: 4125-4563), em São Bernardo. Para o próximo sábado (dia 11), um show está agendado no Sesc Santo André (tel.: 4469-1200).

Joca, 66 anos, 50 deles dedicados ao choro, também é o “cabeça” da Camerata do Choro de Santo André. “O grupo, criado há uns dois anos, conta com 15 músicos, gente de 16 a 67 anos”, diz Joca. Para ele, o interesse que o gênero desperta tem a ver, entre outros motivos, com “a qualidade melódica e a bonita harmonização”.

Outra iniciativa envolvendo o estilo na região é o Clube do Choro (tel.: 9122-1506), fundado em novembro do ano passado. O clube nasceu a partir da reunião de freqüentadores de oficinas (de violão, pandeiro, cavaquinho etc.) promovidas no Parque Cidade São Bernardo pela Prefeitura.

Com sede na associação de moradores da Vila Marlene, o clube está dando os primeiros passos – está nos planos um evento de inauguração oficial para março próximo. Terças (a partir das 19h) no Parque Cidade São Bernardo e domingos (a partir das 17h) na sede são os dias de apresentação dos cerca de 20 músicos.

“A intenção do clube é reunir quem toca e quem gosta de choro. Entre as idéias que temos está a oferta de aulas gratuitas de instrumentos, organização de documentação sobre o gênero e promoção de festas, por exemplo. Mas estamos começando ainda”, diz a jornalista Elízia Carneiro, 23, secretária do clube e também instrumentista.

O Clube do Choro foi idealizado pelo maestro Marcos Murillo, que coordenava as oficinas que originaram o conjunto e também professor da Universidade Livre de Música Tom Jobim, em São Paulo. Por fim, mais uma dica para quem curte o bom e velho chorinho: o Bar do Jabá (tel.: 4976-4072), em Santo André. Lá é às quintas, das 19h às 23h.



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