Editado na França pela editora Rocher, Feklisson escreveu o livro com a ajuda de Serguei Kostin, jornalista especializado em assuntos de espionagem e autor de um livro sobre o caso ``Farewell'.
Alexandre Feklissov, que viveu muitos anos em Nova Iorque e Londres, conta detalhadamente como manipulou um certo número de cidadaos norte-americanos comunistas ou pró-comunistas. Entre eles, Julius Rosenberg, que foi condenado à morte e executado na cadeira elétrica em 1953, cuja condenaçao indignou grande parte da opiniao pública mundial, convencida de sua inocência.
O principal interesse destas memórias reside na descriçao minuciosa da ``manipulaçao' de seus encontros, escassos mas produtivos, na organizaçao de uma rede por Rosenberg, dado que ele nao tinha acesso direto a nenhuma informaçao que interessasse à Academia de Ciências da URSS.
Uma bomba atômica que nao saiu cara à URSS, já que a maioria dos espioes trabalhavam por convicçao comunista e só aceitavam, no máximo, pequenos presentes de Natal. Custou, por outro lado, muitos esforços ao manipulador, que conta como conseguiu evitar a insistente vigilância do FBI durante esses encontros furtivos.
Feklissov afirma inclusive que foi graças a Rosenberg, que deu a ele uma informaçao por iniciativa própria, que os soviéticos puderam organizar um sistema de foguetes capaz de, em 1960, derrubar o aviao U2 do comandante Powers sobre os Montes Urais.
Vários capítulos estao consagrados a Klaus Fuchs, que transmitiu diretamente elementos essenciais para a fabricaçao da bomba, por convicçao ideológica e para que os Estados Unidos nao fosse o único país possuidor da arma absoluta. Feklissov faz uma descriçao psicológica minuciosa desse jovem cientista, que poderia ter recebido o prêmio Nobel se nao tivesse passado dez anos na cadeia.
Ainda de acordo com o livro, durante a crise dos mísseis de Cuba, Feklissov, chefe dos serviços de espionagem soviéticos em Nova Iorque, serviu de intermediário entre John Kennedy e Nikita Jruchov.
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