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Na região, dinheiro traz mais felicidade às classes A, B e C

Famílias com maios renda têm acesso maior à informação e despesas que proporcionam bem-estar

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/01/2015 | 07:01
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Divulgação


As famílias mais bem remuneradas da região são, na média, aquelas para as quais o dinheiro traz mais felicidade. Entre as principais explicações para essa afirmação está o fato de que, quanto maior a renda, mais as pessoas têm acesso às informações e despesas que podem proporcionar maior bem-estar. Esta é uma das conclusões com base em levantamento do gestor do Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo.

Para chegar aos resultados, o especialista utilizou dados da Pesquisa Socioeconômica do Inpes-USCS, que traça raio X das famílias do Grande ABC, com base em entrevistas domiciliares. No ano passado, considerando pontuação entre zero e dez, os moradores da região opinaram que o dinheiro proporciona 7,8 pontos de felicidade.

Segregando por classes de consumo, o grupo de moradores que pertence à A entende que o dinheiro traz 7,9 pontos de felicidade. A classe B respondeu que, em média, 8 pontos. Quando o questionamento foi realizado em domicílios da classe C, o resultado foi de 7,7 pontos. Para famílias das classe D e E, a pontuação foi 7, em média.

Prearo diz que o maior acesso à informação faz com que as pessoas tenham vontade de consumir e, se têm dinheiro para isso, acabam desembolsando e interpretando que o dinheiro traz mais felicidade. “Uma das explicações, especialmente a partir da internet, é o conhecimento. Via de regra, ele (consumidor) está assistindo à televisão, ou navegando (em sites), e está sendo bombardeado pelo consumo.”

No entanto, observa o gestor, por essa lógica, as famílias menos abastadas deveriam ter menor nível de felicidade. “Mas o que balanceia é que esse pessoal tem menores expectativas por falta de conhecimento”, explica o especialista, ao completar que, por isso, naturalmente há demanda menor de dinheiro para atingir seus objetivos.

MUNICÍPIOS - A revelação de que as famílias com maior renda entendem que o dinheiro traz mais felicidade do que as menos abastadas também aparece quando são consideradas as médias por município na região. Santo André, onde o trabalhador recebe, em média, R$ 2.372,67, a pontuação é de 7,8. Em São Bernardo, cuja atividade laboral remunera, em média, em R$ 2.191,13, são 8 pontos. Em São Caetano, com R$ 2.902,29, se tem 7,9 pontos.

Em Diadema (R$ 1.469,02), Mauá (R$ 1.519,74), Ribeirão Pires (R$ 1.697,76) e Rio Grande da Serra (R$ 1.471,88), a média de pontuação fica entre 7,5 e 7,6. “Nessa relação entre as cidades, essas quatro acabam puxando a média por causa da maior presença de pessoas que integram classes com menor renda”, destaca Prearo.

Ele lembra ainda que há uma teoria, denominada Paradoxo de Easterlin, criada pelo economista norte-americano Richard Easterlin, que aponta que, a partir de certo patamar de renda alta, mais dinheiro não proporciona mais felicidade. Conta também que no Butão, toda a política pública é exclusivamente desenhada por meio de ferramentas que medem o bem-estar e a felicidade da população. E que a literatura sobre o assunto aponta que é cultura do Ocidente o dinheiro proporcionar felicidade. “Na Ásia, por exemplo, dinheiro não é um fator importante de felicidade”, revela Prearo.
 




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