Neste ano, 360 famílias de Diadema ganharam um lar. A cidade investiu R$ 16,2 milhões, sendo 70% do governo federal e 30% dos cofres municipais, em diversas obras habitacionais. Mesmo assim, o município enfrenta deficit alarmante: 9.500 famílias precisam de moradia. Dessas, 4.400 são consideradas prioritárias, pois vivem em áreas de risco, preservação ambiental, ou em faixas de domínio da Rodovia dos Imigrantes.

A principal obra entregue neste ano foi a primeira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Naval, que beneficiou 252 famílias em julho, com investimento de R$ 13,8 milhões. A próxima fase prevê a construção de mais 84 apartamentos.

A Secretaria de Habitação entrega hoje, dia em que se comemora o aniversário da cidade, mais 17 unidades no Núcleo Vera Cruz, na Avenida Dr. Ulysses Guimarães. As casas, erguidas com recurso de R$ 680 mil, levaram mais de dois anos para ficarem prontas. Cada uma tem cerca de 36 metros quadrados.

ATRASO

O secretário de Habitação, Márcio Vale, explicou que as obras atrasaram após mudanças no projeto original. "A negociação para remoção das famílias foi longa. Além disso, a previsão era construir 15 unidades, mas tivemos de erguer mais duas porque a intervenção criou risco para outras residências." O terreno faz parte da várzea de um córrego que foi canalizado, portanto, é muito instável.

Neste ano, 104 famílias removidas do núcleo ganharam casa no Conjunto Habitacional Alberto Jafet, na Vila Nogueira. Em 2011, mais 25 unidades serão erguidas no próprio Vera Cruz. O recurso nesta fase será de cerca de R$ 800 mil.

Segundo o secretário, o pagamento das unidades está sendo definido, mas deverá seguir os moldes do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. "O valor a ser pago não ultrapassará 10% da renda das famílias", garantiu. Cada unidade tem custo estimado de R$ 40 mil.

No Núcleo Vera Cruz, imóveis estão sem ligação elétrica

A cuidadora de idosos Aparecida de Fátima Gina de Moura, 27 anos, vive no Núcleo Vera Cruz, em Diadema, desde que nasceu. Há cerca de dois anos, saiu da casa onde morava para ir para o bolsa-aluguel. Ela e a família ganham hoje as chaves de uma das 17 unidades habitacionais entregues pela Prefeitura.

No entanto, a munícipe não sabe ainda quando poderá arrumar a mudança. As casas serão entregues sem ligação elétrica. "Meu marido é pedreiro e também queremos construir o segundo piso", afirmou.

O imóvel prevê esse tipo de intervenção, segundo o secretário de Habitação Márcio Vale. "Houve atraso na instalação elétrica, mas como muitos moradores optaram por erguer o andar superior, vamos entregar mesmo assim", explicou.

A dona de casa Fátima Silva Correa, 48, não sabe como conseguirá abrigar oito pessoas em 36 metros quadrados. "Minha família é grande e não dá para ficar num espaço tão pequeno", reclamou. A casa em que ela, o marido e seis filhos viviam também tinha três cômodos, mas ela diz que eram maiores do que os da atual residência. CG