Setecidades Titulo Atropelamento
Motorista responderá por
homicídio em liberdade

Condutor de BMW foi indiciado por crime doloso contra motoboy; à polícia, ele disse que sofreu ataque de pânico

Por Natália Fernandjes
Luiz Gomes
04/05/2013 | 07:00
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O comerciante Fabrício Albino de Campos Moura, 34 anos, motorista do BMW 125i M Sport laranja que atropelou, arrastou e matou o motoboy José Francelino Júnior, 41, na madrugada de segunda-feira, no km 15 da Via Anchieta, em São Bernardo, responderá em liberdade por homicídio doloso, pelo qual foi indiciado. Ele se apresentou à polícia na noite de quinta-feira, três dias após o acidente.

No depoimento, que durou cerca de duas horas e meia, no 2° DP (Rudge Ramos) da cidade, o dono do BMW voltou a contar a sua versão da história que já havia sido revelada ao Diário em entrevista concedida na tarde da quinta-feira no escritório de seu advogado, na Capital. O comerciante garantiu que não bebeu antes de dirigir e que sofreu ataque de pânico ao perceber que havia atingido a vítima, o que fez com que deixasse o local sem prestar socorro.

Para o delegado titular do 2° DP, Roberto Bueno Menezes, o motorista assumiu o risco de matar o motociclista e, por isso, responderá por homicídio doloso. "Ele se apresentou espontaneamente e não tem antecedentes criminais, por isso, responderá em liberdade", afirma.

Já o advogado de Fabrício, Mauro Cabral, trabalha para definir o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Na delegacia, o motorista também negou ter culpa pela morte da vítima. Fabrício sustentou que estava na pista da marginal, na velocidade máxima permitida e, de repente, viu uma mancha escura na frente e não deu tempo de desviar. Segundo ele, a moto estava totalmente apagada.

Após o acidente, Fabrício diz ter ficado em estado de choque e, por isso, deixou o local após 15 minutos por medo de sofrer linchamento.

CONTROVÉRSIA

O delegado Roberto Bueno Menezes destaca que o irmão do motorista, Flávio Antônio de Campos Moura, 37, será ouvido novamente e responderá por falsa comunicação de crime, tendo em vista o depoimento inicial considerado pelo delegado como mentiroso.

Fabrício também negou os fatos contados por seu irmão na delegacia na segunda-feira. Segundo o irmão mais velho, o acidente aconteceu após o caçula ingerir duas latas de cerveja em um bar na Avenida Kennedy, e seguir em alta velocidade pela rodovia após sofrer tentativa de roubo.

Na versão de Fabrício, ele havia saído da casa do irmão, que mora no bairro Piraporinha, em Diadema, e estava indo buscar a sua mulher e a filha em casa, após uma discussão com a esposa.

O comerciante também alegou não gostar de bebida alcoólica e não mencionou a possível tentativa de assalto.




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