Política Titulo São Bernardo
Plano de Morando prevê equacionar contas do Imasf

Aprovada na Câmara, proposta visa aumentar participação da Prefeitura no custeio de convênio médico dos servidores

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
06/12/2018 | 07:00
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O governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), apresentou plano para reequilibrar as contas do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) e tirar a autarquia de sua crise financeira, intensificada na gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT). A proposta, aprovada ontem pela Câmara, prevê, entre outros pontos, o aumento da cota da Prefeitura no rateio para custear o plano de saúde dos servidores.

Atualmente, a administração direta e demais setores da gestão indireta – fundações, autarquias e Câmara – contribuem com 4% da folha de pagamento para o instituto. Pelo projeto aprovado por 19 vereadores, esse índice vai de 4,3% a 6%.

As medidas, que devem ser sancionadas por Morando e publicadas de forma oficial amanhã no Notícias do Município, asseguram o restabelecimento financeiro do Imasf e a cobertura de rombo de R$ 9 milhões na conta da autarquia. Conforme o governo, a partir de janeiro, quando a nova política entrará em vigor, o descompasso fiscal será sanado.

As contas do Imasf se deterioraram quando Valdir Miraglia, indicado por Marinho, geriu o instituto. Foi o que apontou relatório final de CPI realizada pela Câmara. Trabalho dos vereadores indicou que o Imasf deixou de ser superavitário para acumular passivo de R$ 100 milhões. Aliada à má gestão, a política de reajuste dos valores atrapalhou o orçamento. Isso porque o Imasf atua com majoração com base na inflação e as clínicas e hospitais credenciados aumentam os preços no cálculo da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A diferença de percentual chegou a ser de quatro vezes nos últimos anos. Conforme disse o superintendente do Imasf, Luiz Carlos Gonçalves da Silva, ao Diário, o deficit chegou a R$ 1 milhão ao mês.

“Este plano foi pensado única e exclusivamente no nosso servidor. O Imasf foi criado há várias décadas (em 1964) e tem uma história muito bonita. Contudo, muitos gestores abandonaram e desvalorizaram seu nome. E, pior, quem pagou a conta foram os próprios servidores, que foram perdendo credenciamentos e serviços importantes”, afirmou Morando.

PONTOS
Além da maior participação da Prefeitura no custeio do plano de saúde, outras medidas foram adotadas para equacionar as finanças da autarquia. Entre elas o reenquadramento de ex-servidores da administração, que deixaram o Paço, mas que mantinham o convênio com o Imasf (não contam os aposentados). Mesmo como ex-funcionários, gozavam de valores que colaboradores da ativa possuem. Com a mudança de categoria – serão considerados agregados –, terão de desembolsar quantia maior para colaborar com as contas. Segundo o Paço, 536 pessoas estavam nesse cenário, gerando deficit operacional de R$ 2,4 milhões ao ano, que era coberto com recursos de contribuições de segurados.

Houve também mudança na cobrança para usuários que residem fora da Grande São Paulo e que, ao utilizarem o plano de saúde do Imasf, forçavam a despesa via atendimento diferenciado e em nível nacional, um dos mais caros do convênio.

O governo garantiu que as medidas não trarão impactos aos usuários do plano intermediário do Imasf – 8.300 vidas –, já que essa faixa estará livre de aumento de preços. Em outras categorias, nas quais haverá reajuste, a gestão Morando adicionará os hospitais da Rede D’Or, como Hospital Brasil (Santo André), Hospital Assunção (São Bernardo) e Maternidade São Luiz (São Caetano).

Por fim, o Imasf adotará a estratégia de coparticipação, bastante utilizada no sistema privado, no qual o servidor paga mensalidade (com valores menores) e deposita quantia por atendimento necessitado. Segundo Luiz Carlos, a medida tem caráter educativo, pois inibe excessos. “Este é um modelo que a maioria dos planos particulares utiliza. Será uma parcela pequena sobre cada procedimento, mas que tem papel de responsabilizar o usuário que banaliza os atendimentos.”

O Imasf atende 20 mil pessoas, entre servidores da ativa, ex-funcionários, aposentados, pensionistas e dependentes. 




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