Dois anos depois de sofrer a maior derrota eleitoral na região onde nasceu, o PT do Grande ABC parte para a eleição de outubro com mesmo número de candidatos a deputado do que há quatro anos, mas com menos figuras de expressão no partido nas urnas.

Em 2014, o petismo apostou em 13 nomes, sendo cinco à Câmara Federal e oito à Assembleia Legislativa. Agora, são oito figuras a federal e cinco a estadual – a inversão é decorrência de mudanças na regra eleitoral, que destinará maior fatia do Fundo Partidário a siglas com bancadas de deputados federais mais robustas.

Se o número de postulantes é o mesmo, a força da chapa reduziu. Há quatro anos ao menos dez nomes eram considerados com potencial interno – os federais Vanderlei Siraque, Vicentinho, Helcio Silva e Mário Reali, e os estaduais Luiz Turco, Ana do Carmo, Luiz Fernando Teixeira, Teonilio Barba, Zé Antônio e Paulo Eugenio. Tanto que, desses, cinco foram eleitos: Vicentinho, Turco, Ana do Carmo, Luiz Fernando e Barba.

Agora, a lista de figuras expressivas é formada pelos federais Eduardo Leite, Ana do Carmo, Vicentinho e José de Filippi Júnior, e os estaduais Turco, Luiz Fernando, Barba e Oswaldo Dias.

Ex-prefeito de Diadema e ex-deputado federal, Filippi reconheceu as mudanças. “Estamos vivendo nova etapa, nova maneira de se fazer campanha. Os pré-candidatos perceberam que é uma campanha com mais dificuldade de apoio financeiro, isso também impacta para termos um número reduzido. A conjuntura está levando o cidadão a ter um olhar com bastante desgosto e desesperança da política, e isso incentivado por esta operação (Lava Jato). Ela atacou e quase destruiu o sistema político e não colocou nada no lugar”, argumentou.

Outro fator que impulsionou o enfraquecimento da chapa regional foi a saída de figuras tradicionais do petismo, como Siraque (está no PCdoB) e o ex-prefeito de Mauá Donisete Braga (migrou ao Pros).