A tendência é de que os cenários econômicos nacional e internacional melhorem gradativamente e quem ganha com isso será o consumidor, que poderá ter inflação menor do que no ano passado, maior chance de pagar suas contas e juros mais baixos. Segundo o economista chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, a previsão é otimista. "A economia está crescendo. O cenário externo, do ponto de vista dos riscos, está melhorando. E de forma geral, as perspectivas são bastantes favoráveis."

Em entrevista coletiva on-line, o economista apresentou a previsão da entidade de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deverá acumular alta de 5,3% neste ano. No ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pela apuração oficial dos preços às famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos, o IPCA expandiu 6,50%.

Além da inflação mais baixa, a projeção da Febraban é de que tanto os consumidores quanto as empresas elevem suas capacidades de liquidar as dívidas de empréstimos. Neste ano, a taxa de inadimplência do sistema financeiro nacional será de 5,3%, prevê a entidade, contra 5,5% apurados pelo Banco Central em 2011.

Junto ao menor risco de falta de pagamento, os bancos terão mais um estímulo, que proporcionará a redução das taxas de juros nas operações de crédito. Sardenberg pontuou que a expectativa é de mais duas reduções de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros Selic ainda neste ano. "Assim, atingindo até o fim do ano os 9,5% (ao ano)", completou. Esses dois fatores, na avaliação do especialistas, abrirão margem para que os bancos atuem mais agressivamente no setor de crédito, aumentando a oferta e reduzindo os juros.

No entanto, o economista destacou que o cenário econômico internacional é o ponto-chave para que as previsões otimistas se concretizem. Isso levando em consideração que redução da crise na Europa e a recuperação dos Estados Unidos continuem.