Esportes Titulo Polêmica de Horário
Federação ameaça tirar confrontos de São Paulo
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25/02/2010 | 07:00
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O projeto de lei nº 564/06, que determina que eventos esportivos em São Paulo têm de terminar até as 23h15, provoca grande repercussão e polêmica na Capital. A lei municipal, de autoria dos vereadores Antônio Goulart e Agnaldo Timóteo, recebeu a primeira aprovação do Legislativo na segunda-feira e, caso passe na segunda votação, segue para o prefeito Gilberto Kassab sancionar ou vetar.

A FPF (Federação Paulista de Futebol) reagiu e afirmou que, caso o projeto saia do papel, vai levar jogos do Paulista a outras cidades. Os confrontos iniciados às 21h50, por exemplo, terminam por volta da meia-noite e, assim, não se encaixam na determinação. "Se necessário, vamos levar os jogos para fora da cidade", declarou o presidente da entidade, Marco Polo del Nero. "A Globo (que transmite os jogos às 21h50 no meio de semana) tem sua grade de horário e papel importante no futebol", prosseguiu. "Mas não é só pela Globo, temos torcedores para todos os horários."

Del Nero vai mostrar ao prefeito Gilberto Kassab levantamento feito pela FPF que mostra que os jogos envolvendo os clubes grandes às 21h50 têm média de público maior que as partidas realizadas em outros horários. Na primeira metade do Paulistão, os grandes levaram, em média, 10.224 torcedores às 21h50 e 8.447 em outros períodos. "Os vereadores não percebem o tamanho do prejuízo que podem causar."

A polêmica é antiga e sempre esbarra em duelo de interesses. Enquanto favorece os torcedores (ou boa parte), que saem tarde dos estádios com poucas alternativas de transporte, a mudança desagrada à Globo, que detém os direitos de transmissão e tem grade de programação definida - a novela, antes do futebol, é uma das principais atrações da emissora. Os dirigentes dos clubes se dividem entre defender a torcida e manter os acordos econômicos.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, cogita mudar o local das partidas do time. "Temos contratos vigentes com emissoras de TV, que contemplam horários mais tarde para os jogos. Se não pudermos jogar em São Paulo, vamos procurar outro lugar."

O presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, por sua vez, vê vantagem nas partidas mais cedo. "Isso também pode melhorar a arrecadação, pois quando o jogo é muito tarde, o torcedor não se anima", disse. Para o dirigente, é preciso definir um horário melhor que os atuais. Ele adianta que o Palmeiras não criará problemas se os jogos ocorrerem mais cedo.




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