Em meio à contagem regressiva para o fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para os carros - a partir de amanhã, os carros mil, por exemplo, que estavam isentos, terão 1,5% de alíquota desse tributo, que sobe para 3% em novembro -, as concessionárias do Grande ABC registram forte demanda neste mês.

"Aumentou bastante a procura", assinalou Klaus Volker, gerente de vendas de carros novos da Ford Sandrecar, de Santo André. Ele estima que este mês deve fechar com alta de até 35% frente a agosto. Na revenda VW Avel, há até fila de espera, que chega a 30 dias, para alguns modelos.

A demanda maior reflete a disposição dos consumidores em aproveitar os preços vantajosos, devido ao tributo menor. "Houve antecipação de compras", afirmou o presidente do Sincodives (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de São Paulo), Octávio Vallejo.

Foi o caso do condutor escolar Jaci Alves dos Santos, 60 anos, morador de Santo André. "Eu já estava com intenção de trocar de carro, vi que iria acabar (o incentivo) e aproveitei", afirmou. Ele, que tinha um Fiesta 2005, adquiriu um Ecosport zero-quilômetro.

Para Vallejo, as vendas podem diminuir em outubro, mas depois, devem voltar a crescer. "As taxas de juros e os prazos de financiamentos são equivalentes aos existentes antes da crise. Mas os bancos estão mais seletivos", observou.