O compositor Heitor Villa-Lobos ficaria contente. Defensor e responsável pela inclusão do ensino de música no currículo das escolas brasileiras entre as décadas de 1930 e 1970, ele é o grande homenageado do projeto Música e Educação, que tem como destaque a exposição Sons do Mundo, aberta nesta semana na Sabina - Escola Parque do Conhecimento, da Secretaria de Educação de Santo André.

A mostra está redonda. Se bem trabalhada tem tudo para alcançar a aspiração de seu idealizador, o músico e luthier Fernando Sardo, 46 anos - usar a música para despertar nos visitantes, principalmente nas crianças, o interesse e a admiração por outras culturas.

Foi assim com Sardo quando jovem, e ele quer que a história se repita. O compositor lembra que as formas e sonoridades dos instrumentos exóticos (para usar uma palavra de acordo com o academicismo europeu reinante) que o levaram a iniciar sua pesquisa sem fim ainda na faculdade. Parte dela está personificada nos 56 instrumentos que podem ser vistos e ouvidos na Sabina.

É parte da coleção pessoal de Sardo, exemplares coletados ou construídos por ele, ao longo de décadas. Em um segundo momento, oficinas ensinarão as crianças a produzir suas próprias fontes de música. "É o despertar para um universo autônomo, autêntico e criativo. Isso abre a mente", entusiasma-se Sardo, que elaborou a proposta da exposição ao lado da mulher, a bailarina e coreógrafa Miriam Matsuda.

Funciona de forma simples e eficiente como a boa música. Conduzido por um monitor caracterizado de maestro, o visitante caminha por uma partitura enquanto pode apreciar (com fones de ouvido) minicomposições gravadas por Sardo correspondentes ao instrumento observado.

Ao longo destes seis meses nos quais a mostra poderá ser visitada estão programados shows e encontros. Além do próprio Sardo, que deve fazer um resgate de seu trabalho no grupo Yanur, músicos de renome devem se apresentar, como Egberto Gismonti.

Música & Educação - Exposição monitorada. Na Sabina Escola Parque do Conhecimento - Rua Juquiá, bairro Paraíso (entrada na altura do nº 135). De terça a sexta, das 8h30 às 17h30, apenas para escolas e grupos agendados. Aos fins de semana e feriados, aberta ao público das 9h às 17h30, com fechamento da bilheteria às 16h. Ingr.: Grátis para alunos e professores das escolas municipais de Santo André, para menores de 5 anos e deficientes. Demais visitantes: R$ 10, com meia entrada para estudantes, professores, servidores públicos andreenses, aposentados e idosos acima de 65 anos. Informações pelo telefone 4422-2000.