Por conta do feriado de Carnaval – quando a farmácia de medicamentos de alto custo instalada no Hospital Mário Covas, em Santo André, esteve fechada –, o tempo de espera para a retirada de remédios chegou a cinco horas ontem.

A demora no atendimento não é problema novo e o Diário denuncia as falhas na distribuição de remédios desde março de 2006. A dona de casa Rosângela da Silva, 33 anos, chegou com a mãe antes do meio-dia. Conseguiu pegar o remédio para câncer às 17h20. “É bem complicado esperar do lado de fora. Foi a primeira vez que eu vim e o atendimento poderia mudar. Tem muita gente idosa que precisa vir aqui”, diz. A sala de atendimento não comporta as pessoas que estão na fila, que são obrigadas a esperar no estacionamento, faça chuva ou sol.

O aposentado Miguel Fritz Junior, 64 anos, chegou às 15h para pegar remédio após transplante de rim. “A previsão, otimista, é que eu consiga até as 19h. Parece que a situação piora a cada dia. Os remédios não podem atrasar”, afirma.

José Geraldo de Campo, 58, também chegou às 15h para retirar o medicamento voltado a transplantados. “A gente depende desse serviço. Nem tem o remédio à venda.”

A Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela farmácia, informa que, com o feriado, houve um aumento pontual na demanda no início da semana e a situação será normalizada nos próximos dias.