A plenária que discutiria ontem a proibição das aulas extracurriculares oferecidas nas Emebs (Escolas Municipais de Educação Básica) de São Bernardo foi cancelada devido à ausência da secretária de Educação, Cleuza Rodrigues Repulho. A Prefeitura não justificou a falta.

Cerca de 2.000 alunos pagavam mensalidade para frequentar cursos de dança, artes marciais e línguas. Parte da renda obtida pelos professores era revertida às APMs (Associações de Pais e Mestres). A medida faz valer resolução vigente da Pasta que em seu artigo 6º, inciso 3, define que estão proibidas atividades com fins lucrativos em prédios públicos.

Para os pais que participariam da reunião na Câmara, o cancelamento das aulas impede o desenvolvimento artístico, esportivo e cultural dos jovens, que antes cursavam as aulas com preços populares, entre R$ 30 e R$ 50 por mês.

"É um desrespeito com a população. Minha filha faz aulas de balé desde os 5 anos. Agora, aos 10, ela está cada vez mais apegada à dança e não tenho como arcar com os altos custos oferecidos em instituições particulares", criticou a dona de casa Isabel Cristina Nascimento, 45.

Em nota, a Prefeitura esclareceu que a utilização dos espaços para aulas não está impedida. No entanto, a cobrança até então realizada aos munícipes está proibida, levando-se em conta que esta inviabiliza a participação de todos e fere o princípio da escola pública e gratuita.

A proibição foi decidida pela secretaria ao fim do ano letivo de 2012, e comunicada aos responsáveis pelas atividades no início de janeiro, para que pudessem encontrar alternativas para realização das oficinas sem custo aos participantes.

A Prefeitura de São Bernardo informou que estuda maneiras de ofertar à comunidade cursos que atendam às necessidades da população de diferentes idades e regiões do município.