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Turquia patrulha ilha onde será julgado Ocalan
Por Do Diário do Grande ABC
30/05/1999 | 15:01
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Navios de guerra e helicópteros turcos patrulham desde este domingo as águas e as costas do mar de Mármara, como parte de uma verdadeira operaçao de guerra montada em torno de uma ilha onde será julgado o líder rebelde curdo Abdalá Ocalan. O julgamento de Ocalan, acusado de liderar uma ofensiva guerrilheira de 15 anos contra a Turquia na qual morreram 37.000 pessoas, começa segunda-feira e se ele for considerado culpado da acusaçao de traiçao, poderá ser condenado a prisao perpétua.

Desde que comandos turcos capturaram o líder rebelde em fevereiro, simpatizantes do Partido Operário Curdo (PKK), ao qual Ocalan pertence, organizaram protestos por toda a Europa e as guerrilhas realizaram vários ataques suicidas na Turquía. As forças de segurança turcas nao querem passar por sobressaltos desta vez e neste domingo navios de guerra já seguiram para o mar de Mármara e cercaram a Ilha de Imrali, que funciona como uma prisao onde Ocalan é o único detento.

O tráfego marítimo está proibido na área. O julgamento de Ocalan será realizado em uma sala de cinema adaptada para funcionar com um tribunal.

Os repórteres credenciados para cobrir o julgamento foram identificados por suas impressoes digitais e as retinas de seus olhos, graças a máquinas especiais instaladas para a ocasiao. Os repórteres foram proibidos de levar seus pertences para a ilha e obrigados a se desfazer até de suas alianças. Para trabalhar, os repórteres receberao lápis e papel das autoridades turcas quando desembarcarem na ilha. Forças paramilitares armadas com metralhadoras vigiam o porto de Mudanya, ao sul de Estambul, de onde zarparao os barcos que levarao os jornalistas para Imrali, a 45 quilômetros do povoado.

Cerca de 130 pessoas, incluindo jornalistas, advogados e parentes de Ocalan e dos soldados turcos que morreram no conflito, serao levados à ilha diariamente. As autoridades judiciais e os três juizes permanecerao em Imrali. A polícia instalou postos de verificaçao de documentos nas cercanias de Mudanya para conferir a identidade de qualquer pessoa que tentar entrar na regiao. Uma brigada de policiais anti-motins patrulha as ruas de Mudanya para coibir qualquer ataque das guerrilhas. 'A presença de Ocalan envenenou o ar aqui``, declarou Huseyin Ates, funcionário de um museu em Mudanya.




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