Política Titulo Ribeirão Pires
Reanálise da contas de Volpi antecipa 2020

Perspectiva para o próximo pleito municipal de Ribeirão interfere nas discussões sobre nova votação

Fabio Martins
30/06/2018 | 07:00
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A reavaliação das contas anuais de 2012 do ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (Patriota) na Câmara tem antecipado as discussões sobre o processo eleitoral de 2020, embora seu domicílio ainda esteja na vizinha Mauá. Depois de o Legislativo anular, em maio, sessão que manteve a rejeição apontada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) ao balancete, o reexame da votação é debate frequente dos corredores da Casa, com interlocução de aliados políticos. A apreciação da pauta foi cogitada na plenária de quinta-feira, mas acabou não entrando na ordem do dia.

A equipe do Diário acompanhou os bastidores na última sessão. Apesar da repercussão, não houve requerimento para inclusão da matéria. O holofote em cima desta situação se criou, conforme confirmado por colegas, a partir de fala do presidente da Câmara, Rubão Fernandes (PSD) – hoje próximo do atual prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB) –, de que as contas voltariam à apreciação do plenário nesta semana, última antes do recesso parlamentar. “O presidente chegou a afirmar que iriam entrar na sessão de hoje (quinta-feira)”, sustentou Humberto D’Orto, o Amigão (PTC).

Rubão evitou falar com a imprensa nesse dia. Ao fim da sessão, o pessedista deixou o plenário de forma apressada, e foi embora da Câmara logo na sequência. A equipe de reportagem tentou contato em seu gabinete e por telefone, porém não houve retorno. Dois cenários justificariam a decisão de adiar a votação: o fato de Volpi não ter feito sustentação oral de defesa no Legislativo, o que poderia abrir novo precedente, além da falta de votos suficientes para reverter panorama.

O ex-prefeito, à época da anulação, alegou que não teve direito à ampla defesa. Com a anulação, ele protocolou defesa por escrito. Foi oficialmente apresentada na segunda-feira. “Estou aguardando para fazer a sustentação oral, até para não haver dúvida quanto à explicação. Fiz isso no tribunal. O Ministério Público de Contas (órgão interno do TCE) pediu vistas e apresentou relatório, apontando que o gestor não agiu de má-fé.”

Para ser absolvido, o ex-prefeito precisava – e necessita novamente – do voto de 12 dos 17 vereadores. Recebeu apenas oito adesões, na oportunidade. Outros nove foram contrários ao ex-prefeito e seguiram recomendação da Corte. Amigão foi a favor do parecer do TCE no primeiro crivo. Questionado, o parlamentar alegou que “não existiu alteração neste período” que justifique mudança de postura. “Seria algo estranho modificar agora, precisaria ter fato muito importante.”

Por outro lado, Amaury Dias (PV) – autodenominado independente – tergiversou sobre seu posicionamento. “Fui atrás de jurisprudências, baseado tecnicamente. Não quero vincular questão política. Li a defesa, tem documentos, provas. São boas as argumentações, mas pode ser que não sejam suficientes”, disse, ao acrescentar que não se considera nem do grupo do Volpi nem de Kiko. Edson Savietto, o Banha (PPS), adiantou que continuará favorável. “Não houve dolo.”

Os vereadores resolveram invalidar a sessão que tornou Volpi inelegível, atendendo a pedido feito pelo próprio ex-prefeito na Justiça comum. O recuo aconteceu praticamente um ano depois de os mesmos parlamentares decidirem manter o parecer do tribunal, que impugnou os gastos do último ano de Volpi à frente do governo por ter contratado médicos em período eleitoral e por ter deixado a Prefeitura com deficit orçamentário na ordem de R$ 30 milhões.  




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