Árvore tombada

Pobre árvore do chão arrancada
ali na chácara toda ressequida
que uma lei malvada e seus autores
fez tombar no chão muitos anos de vida.

Outrora sua linda copa frondosa
foi abrigo dos pássaros em seus ninhos
e de suas verdes folhas destes a sombra
abrigando o boiadeiro em seu caminho.

E agora ali no chão caída
tristemente sem nada poder fazer
e aos poucos o cupim e as formigas
aceleram teu destino e de teu viver.

O seu tronco até parece um braço
querendo sustentar suas mãos
e seus galhos longos e retorcidos
parecem dedos maltratados e feridos
que aos céus apontam e pedem perdão
por não poder mais viver
nem cumprir sua missão.

Sei que pedes não me retalhem
nem me transforme em lenha
para que em mim venha cantar a seriema
mas façam do meu galho uma cruz
para que recebam do filho de Deus
a justiça do nosso bem amado Jesus.

O AUTOR: João de Deus Martinez, de Santo André. “Criei a poesia quando vi uma árvore seca e caída tristemente na Chácara Celso Daniel.”

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