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Poeira de empresa de sucata irrita vizinhos
Ana Carolina Negrão
Especial para o Diário
30/05/2006 | 07:49
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Os empresários do entorno da avenida Fagundes de Oliveira, no bairro Piraporinha, em Diadema, reclamam da poeira que vem de uma das empresas da região. A Trufer-Comércio de Sucatas Ltda é apontada pelos vizinhos como responsável pela poluição do ar. Além disso, já ocorreram explosões dentro da empresa. O que causou danos em outros prédios, segundo os vizinhos.

“Tudo começou depois que colocaram um novo maquinário que prensa a sucata que chega na firma”, afirma um comerciante que não quis se identificar. A máquina faz a separação dos produtos ferrosos e não-ferrosos. O material prensado solta partículas que deixam uma nuvem espessa de poeira no ar. Tudo que fica ao ar livre é coberto por uma camada de poeira. “Quando a máquina está funcionando, vemos a poeira refletindo a luz do sol, quando é assim, nem saímos de dentro do escritório. Os carros ficam cheios de pó, os cabelos ficam duros e a água dos cachorros tem que ser trocada a todo momento”, explica o comerciante.

Os cães que fazem a segurança das firmas sofrem com a poluição. “Se você passa a mão para fazer um carinho ela fica cheia de poeira. Um dos meus cachorros começou a tossir sangue meses atrás, levamos no veterinário, mas ainda não sabemos a razão do sangue. Depois disso, comecei a limpar as vasilhas deles a todo momento”, explica o comerciante.

Em março deste ano, houve uma explosão dentro da máquina da Trufer. Um dos carros – que são trazidos por montadoras para serem prensados e mandados para indústrias siderúrgicas – explodiu dentro da prensa. O deslocamento de ar provocou o estouro dos vidros das empresas ao redor. “Uma luminária caiu em cima de um carro que estava estacionado no pátio da minha empresa”, diz um empresário, que teve o prédio atingido pela explosão. Ele fez boletim de ocorrência sobre o fato, mas pediu para ter seu nome preservado. Segundo o empresário, esta foi a pior de três explosões que teriam ocorrido no local.

A Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) foi acionada. Segundo a autarquia, técnicos fizeram uma inspeção na empresa no último dia 11. A Cetesb informa que a poeira em questão não vem dos materiais prensados, mas de veículos que circulam dentro da empresa de comércio de sucatas. Na semana que vem, a autarquia fará outra inspeção na Trufer.

O diretor de qualidade e meio ambiente da empresa, Luciano Theophilo Filho, afirma que ocorreram apenas duas explosões. “Temos o laudo da Cetesb sobre o funcionamento da máquina, mas ainda não saiu o laudo da polícia sobre a explosão. Desde que aconteceu esse acidente, não estamos mais prensando carros. Em 30 anos que funcionamos aqui, é a primeira vez que recebemos reclamações. Temos licença da Prefeitura de Diadema, e certificado ISO 14000 (certificado de empresa que se preocupam com o meio ambiente)”, afirma o diretor. Ele diz ainda que os danos causados pela explosão foram pagos pela Trufer.



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