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Rússia autoriza a ratificação do Protocolo de Kyoto
Da AFP
30/09/2004 | 12:18
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Depois de ter utilizado táticas protelatórias durante vários anos, a Rússia decidiu nesta quinta-feira apoiar o Protocolo de Kyoto, que visa a deter o aquecimento global, limitando as emissões de gases causadores do efeito estufa.

O conselho de ministros russo se pronunciou nesta quinta-feira a favor de ratificar o protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas e decidiu transmitir o projeto de ratificação à Duma, câmara baixa do Parlamento, informou a agência de notícias Interfax. Ainda não foi fixada a data em que esse projeto será transmitido aos deputados.

Para vários analistas, o "sim" do Kremlin é, em primeiro lugar, "um gesto de boa vontade" em relação à Europa e à comunidade internacional. Também deverá facilitar o ingresso da Rússia na OMC (Organização Mundial do Comércio).

O Protocolo de Kyoto está destinado a deter o aquecimento mundial do clima, limitando as emissões de gases causadores do efeito estufa. Para entrar em vigor, deve ser ratificado por pelo menos 55 países que respondam por 55% das emissões de CO2 dos países industrializados. Mas depois da decisão dos Estados Unidos de não ratificar o protocolo, em março de 2001, a taxa de 55% só poderia ser alcançada com a autorização da Rússia.

Com o sinal verde do governo, a ratificação do acordo pela Rússia, necessária para que entre em vigor, está praticamente fechada, já que o partido Rússia Unida, pró-Kremlin, tem a maioria absoluta na Duma.

Durante os próximos três meses, os ministérios e as agências federais envolvidos devem fazer o inventário das obrigações e dos direitos de cada um com a aplicação do protocolo.

As autoridades russas não esconderam que sua decisão era fundamentalmente um gesto político e alguns responsáveis lembraram que os interesses econômicos desse protocolo para a Rússia ainda não tinham sido demonstrados.

"O caráter particular da nossa posição é que tudo depende de nós. O futuro do protocolo de Kyoto está em nossas mãos", disse o vice-ministro russo de Relações Exteriores, Yuri Fedotov, no conselho de ministros.

"Se nos negássemos a ratificá-lo, seríamos marginalizados. Isso também poderia nos causar prejuízos, não só políticos, mas também econômicos", acrescentou, citado pela agência Ria-Novosti.

"É uma decisão política, uma decisão forçada", advertiu, por sua vez, o conselheiro econômico do Kremlin, Andrei Illarionov, feroz adversário de Kyoto. "Não é uma decisão que adotamos com prazer", afirmou.




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