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PT liga sinal de alerta e corre o risco de perder 30% da bancada
Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
28/02/2016 | 07:00
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Um dos protagonistas da crise política que assola o País, o PT já admite internamente perder representatividade em seu berço, o Grande ABC. Hoje detentor da maior bancada de vereadores da região – tem 28 nomes entre 142 postos –, o partido deve diminuir em 30% sua representação, podendo eleger 19 candidatos.

A estimativa é passada pelos próprios petistas espalhados pelas sete cidades. O panorama ficou evidenciado principalmente após desempenho pífio na eleição de 2014, quando a legenda foi superada pelo PSDB. Mesmo derrotado na apuração final, o senador Aécio Neves (PSDB) ficou à frente da presidente Dilma Rousseff (PT) em cinco dos sete municípios da região. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi líder em todo Grande ABC e o senador Eduardo Suplicy (PT) ficou atrás de José Serra (PSDB).

Com recém-completados 36 anos de fundação, o petismo emergiu no cenário nacional justamente pela vitória na corrida pela Prefeitura de Diadema, em 1982, na época liderado por Gilson Menezes (hoje no PDT). Naquele pleito, o partido assegurou sete cadeiras nas Câmaras das 117 possíveis.

O auge da sigla foi registrado na eleição de 2000, quando venceu cinco das sete prefeituras – perdeu somente em São Bernardo e São Caetano – e conquistou 33 cadeiras parlamentares. Na ocasião, o Grande ABC era representado por 135 vereadores. Desde então, o PT se tornou o maior vencedor das eleições pela região.

Vice-presidente estadual do partido, Rozane Sena, a Zaninha, confirma clima de tensão entre os correligionários, vislumbrando o pleito de outubro como “paradigma”. “Existe preocupação sim, por isso estamos conversando com diretórios um a um. No entanto, acho cedo fazer qualquer avaliação. Há contaminação hoje em toda a classe e o PT está mais evidenciado, porém há caminhos para se trabalhar performance.”

A deflagrada crise política que atingiu o PT já fez o partido contabilizar baixas. No ano passado, um dos mais antigos militantes de Mauá e vereador em três mandatos, Rogério Santana deixou a legenda e migrou para a Rede. Há ainda iminente saída de Pio Mielo, único vereador eleito pelo PT em São Caetano, que alegou desconforto na sigla, além das possíveis migrações de Wagner Rubinelli, também em Mauá, e Cleson Alves, de Rio Grande da Serra. Ocorreram também baixas significativas como as do ex-prefeito de São Bernardo Mauricio Soares e do ex-vice-prefeito de Mauá Márcio Chaves (hoje no PSD).

Na região, a maior representatividade está em São Bernardo, onde o partido detém oito vagas no Legislativo. Entre os vereadores há incertezas dos nomes que permanecerão.

Coordenador da campanha a prefeito do secretário Tarcisio Secoli (PT, Serviços Urbanos e Coordenação Governamental) em São Bernardo, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira avalia que a preocupação está presente, mas vê cenário diferenciado na disputa municipal. “Muito foi colocado na esfera nacional, mas na eleição de vereador é diferente. O Tião Mateus conquista o posto desde que era oposição. Essa eleição será um laboratório”, exemplificou.

Em Santo André, o PT possui cinco cadeiras. O presidente da sigla na cidade, o deputado estadual Luiz Turco, compartilha frase do correligionário. “O nosso partido é o mais desgastado. Mas acho que com trabalho redobrado nas ruas é possível mostrar legado. E isso que faz diferença em pleitos municipais”. 




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