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Alerta sobre o Gemycircularvirus

Novo vírus, o Gemycircularvirus, que causa paralisia temporária flácida nas pernas, também pode provocar uma inflamação do cérebro e levar à morte crianças de zero a 5 anos de idade

Do Diário do Grande ABC
22/02/2016 | 07:00
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Novo vírus, o Gemycircularvirus, que causa paralisia temporária flácida nas pernas, também pode provocar uma inflamação do cérebro e levar à morte crianças de zero a 5 anos de idade. As informações são da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), do governo federal. A maioria das cidades ignora a presença deste vírus no Brasil. Ele foi descoberto pela pesquisadora Patrícia Puccinelli Orlandi, doutora em Ciências pela USP e que atua na Fiocruz Amazônia, e um pesquisador do Laboratório de Medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco (Estados Unidos), Tung Gia Phan. De 2007 a 2009 foram coletadas 1.500 amostras de fezes de crianças, de zero a 10 anos com diarreia, atendidas em hospitais de Manaus. A partir da análise molecular desse material, em junho de 2015 os pesquisadores encontraram, pela primeira vez no Brasil, o vírus do gênero Gemycircularvirus.

Saneamento
A pesquisadora explica que, apesar de o vírus ter sido descoberto em Manaus, ele também potencialmente poderá ser encontrado em outras localidades que tenham problemas de saneamento básico. Segundo ela, o vírus é mais recorrente em crianças, mas já foi detectado em adultos que vivem em áreas com problema de saneamento básico na Nicarágua. Patrícia alertou que a doença começa com uma diarreia normal e vômito, dentro de um período de cinco dias. Depois, com a migração do vírus para o sistema nervoso, as crianças têm falta de locomoção.

Transmissão
A transmissão é de forma fecal ou oral, por meio do consumo de água contaminada por fezes com o vírus, ou na lavagem de alimento, ou até no banho. Segundo Patrícia, desde que se trate cedo, há 100% de cura. Kit de diagnóstico rápido está sendo desenvolvido, mas haverá condições de utilizá-lo em apenas em cerca de três anos.

Aumento exponencial da dengue
O Brasil começou 2016 com um aumento do número de casos de dengue em comparação com 2015, ano que já tinha batido recordes da doença. Nas três primeiras semanas deste ano, foram registrados 73.872 casos no País, um crescimento de 48,2% em relação ao mesmo período de 2015. A boa notícia é que o número de casos graves e mortes, por outro lado, diminuiu. Nas três primeiras semanas de 2016, foram confirmados nove casos de dengue grave, 137 de dengue com sinais de alarme e quatro óbitos. No mesmo período de 2015, tinham sido confirmados 80 casos de dengue grave, 542 de dengue com sinais de alarme e 50 mortes. O alto número de casos de dengue registrados em um curto período aponta a tendência de nova epidemia de dengue “de grandes proporções” no País neste ano, de acordo com especialistas da área. “Em janeiro, já está de vento em popa”, afirma o infectologista Carlos Magno Fortaleza, professor da Unesp.

Números
A maior concentração de casos neste ano foi em Minas Gerais (19.469) seguido de São Paulo (18.178). Se for levado em conta o tamanho da população, Mato Grosso do Sul tem a maior incidência (114,8 casos por 100 mil habitantes), seguido de Tocantins, Espírito Santo e Minas Gerais. Ribeirão Preto tem o pior índice entre as cidades com mais de 500 mil habitantes no País, com 338,9 casos por 100 mil pessoas. No grupo de cidades com 100 mil habitantes ou mais, Ubá (Minas Gerais) é o destaque negativo: 608 casos por 100 mil pessoas. As cidades na faixa de 1 milhão de habitantes com maior incidência são Belo Horizonte (193,7 casos por grupo de 100 mil pessoas), Campinas, Curitiba, Brasília e Recife.

Confusão
Cenário possível, segundo os especialistas, é que parte dos casos já notificados como dengue sejam de zika. “Além da dengue, estamos tendo epidemia de zika. Como as doenças causam manifestações semelhantes, pode ser que uma parte seja zika”, afirma o infectologista Benedito Lopes da Fonseca. Atualmente, o vírus da zika já tem circulação confirmada em 21 estados e o Distrito Federal. Para o especialista, é preciso aumentar o treinamento dos profissionais para que a notificação seja mais precisa.

Histórico
A transição do Aedes aegypti de selvagem para urbano começou há 50 anos, inicialmente no Egito e depois se dispersou pelo mundo a partir da África. Ao chegar às cidades, o mosquito passou a ser o responsável por surtos de febre amarela e dengue. Apenas a fêmea transmite a infecção já que somente ela suga sangue para produzir ovos. Uma vez infectado, o mosquito transmite o vírus por meio de novas picadas. Transmite dengue, febre amarela urbana, chikungunya e zika. Epidemiologista Luciano Pamplona afirma que o Aedes aegypti já pode ser considerado mosquito doméstico. No Nordeste, o principal tipo de criadouro são caixas d’água. No Sudeste e Centro-Oeste, vasos de plantas e garrafas são os principais criadouros do vetor além do lixo.  




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