O ex-presidente do Banco Central, Francisco Gros, também está otimista com o comportamento da economia brasileira no próximo ano. Em entrevista ao programa "TV Economia!", da Rede TV!, ele lembrou que a política monetária brasileira está relacionada com a taxa de inflaçao, e que essa parece estar apontando para baixo. "A política de taxa de juros brasileira nunca foi efetivamente voltada primordialmente para a atraçao de capitais externos. Há uma conscientizaçao, há bastante tempo, de que esses capitais têm que vir em funçao de condiçoes básicas da economia brasileira, e nao em funçao dos juros altos", afirmou.

Segundo ele, tudo indica que a taxa de juros poderá ter uma tendência de queda, desde que as circunstâncias externas permaneçam favoráveis para o Brasil, que a inflaçao continue apontando para baixo e que o País prossiga firmemente no processo de reformas estrutu rais. "O Brasil certamente vai contar com um cenário externo mais favorável em 2000. Nesse momento, tudo indica para um ano 2000 razoavelmente positivo; nós já ultrapassamos as crises de 99 e nos libertamos da armadilha do câmbio. Eu diria que temos tudo para dar certo no ano 2000, depende só de nós", afirmou. E acrescentou: "A balança comercial já está dando sinais de aumento de exportaçoes o nível de alavancagem da economia brasileira diminui muito, ou seja, a demanda de dólares para pagar obrigaçoes externas diminuiu muito, e nao vejo nenhuma forte pressao sobre a balança de pagamentos no momento". Com relaçao ao dólar, ele disse que acredita que a faixa do dólar vai ser entre R$1,80, R$1,90, sem nenhuma grande surpresa.