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Passeio pelo Cânion do Xingó

Águas do Velho Chico também embelezam a inesquecível Canindé do São Francisco, em Sergipe

Por Camila Galvez
11/02/2016 | 07:00
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Divulgação/Fotos Públicas


Pela simbologia e importância do Rio São Francisco para o Nordeste do País, há toda uma mística em relação ao poder de suas águas. Alguns podem até achar bobagem, mas navegar e ter a oportunidade de mergulhar no Velho Chico são experiências para renovar corpo e alma.

Nada melhor que fazer isso em um belo passeio pelo Cânion do Xingó, sem dúvida um dos lugares mais bonitos que já vi neste Brasil brasileiro. Partindo de Aracaju, no Sergipe, são pelo menos três horas de viagem até Canindé do São Francisco, por isso, é preciso acordar cedo para aproveitar o dia. Há também a possibilidade de se hospedar no local para curtir mais a região de caatinga, bastante seca e árida. Enquanto espera a embarcação sair, aproveite para tirar fotos: a combinação da terra vermelha com as folhagens acinzentadas das plantas secas e o verde-esmeralda do rio são de encher os olhos.

É preciso navegar em torno de uma hora até chegar ao cânion. Enquanto isso, os guias explicam como o lugar surgiu. Um dos mais belos da natureza, na verdade foi criado pelas mãos dos homens. Há duas décadas a região era seca, coberta pela caatinga. Em 1994, quando as águas foram represadas para construção da usina hidrelétrica de Xingó, o cenário mudou. O leito do rio subiu quase 100 metros e formou uma das mais belas paisagens do País, com paredões rochosos banhados pelas águas cristalinas.

Em um destes paredões, o turista pode apreciar, encravada em buraco na pedra, uma imagem de São Francisco de Assis, como que a proteger e abençoar todos que por ali passam. O acesso a ela é feito somente por pequenos barquinhos, que se aproximam de uma escada esculpida na parede e por ela sobem até chegar à imagem, onde depositam sua fé e orações por dias melhores.

Seguindo adiante vem a tão esperada parada para banho, já que o calor é intenso: a temperatura fica em torno dos 35 ºC no verão. Na piscina natural de cerca de 15 metros de profundidade até as barras de contenção, e mais de 30 metros fora dela, o mergulho é mágico. Ao contemplar a paisagem e se deixar pular nas águas, a vontade que se tem é de chorar de emoção. Os olhos enchem de lágrimas ao reverenciar um rio tão importante para o nosso povo, mas também tão maltratado.

Existe a possibilidade de alugar um barquinho que te leva até as fendas entre os cânions, que são ainda mais deslumbrantes e um convite para muitas fotos. Se o fôlego for bom, dá para nadar até lá também – experiência ainda mais fascinante pelo contato constante com as águas esverdeadas. As águas formam reflexos brilhantes nas pedras e há imagens de São Francisco posicionadas em vários entalhes das paredes. Com a bênção do Velho Chico, o turista volta para casa sentindo-se definitivamente renovado. É momento para guardar para sempre na memória – e um dia repetir, se puder.

FOZ
Ao som de A Conquista do Paraíso, de Vangelis, uma embarcação se aproxima da areia. Esta é a atmosfera do passeio – oferecido geralmente a quem está em Maceió – que leva os turistas à Foz do Rio São Francisco, entre Alagoas e Sergipe.

O barco parte da pequena cidade alagoana de Piaçabuçu, onde foi gravado o filme Deus é Brasileiro. Durante a navegação tranquila, que dura cerca de meia hora, dá para ver como vive a população ribeirinha, que tira o sustento da pesca.

Ao chegar na foz, há um tempo estipulado para os turistas desfrutarem das águas do Rio São Francisco, apreciarem as delícias que são vendidas nas barraquinhas, comprar o artesanato local e – claro – contemplar a paisagem paradisíaca. (colaborou Miriam Gimenes)

TEM MAIS
>A extensão do Rio (mais de 2.700 quilômetros) é quase a distância entre São Paulo e João Pessoa, na Paraíba.
>O Rio São Francisco é o maior rio inteiramente brasileiro (que nasce e morre dentro do País). Por isso, ganhou o apelido de Rio da Integração Nacional.
>No cânion do São Francisco, entre as cidades de Paulo Afonso (Bahia) e Piranhas (Alagoas), fica a maior concentração de usinas hidrelétricas do Brasil (nove ao todo, em trecho de 70 quilômetros).
>Os ribeirinhos acreditam que, nas profundezas do São Francisco, mora o Caboclo d’água ou Nego d’água, que tem pelos no corpo todo, menos na cabeça. Os pescadores que não o agradam com fumo e cachaça não conseguem pescar nada, já que o caboclo afasta os peixes.

fonte: Guia dos Curiosos

PACOTES
A agência Cânions do São Francisco (www.canionsdosaofrancisco.com.br), de Alagoas, oferece passeio de catamarã que parte do Olho D’Água do Casado e se estende até o município de Delmiro Gouveia. Os turistas conhecerão vários cânions até o Cânion do Talhado. O pacote, que inclui almoço, custa R$ 115 por pessoa.

Já no Cânion do Xingó, que é no lado sergipano, o ponto de partida é a cidade de Canindé, a 200 quilômetros de Aracaju. Na agência Farol Tour (www.faroltour.com.br) este passeio custa R$ 170 por pessoa (translado e catamarã). Eles também fazem o trajeto para a foz, que custa R$ 155 por pessoa e inclui transporte e almoço.




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