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Pedidos de falência crescem 34% no Grande ABC
Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
10/09/2011 | 07:30
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A importação de produtos industrializados está dificultando a sobrevivências das pequenas e médias empresas da região. De janeiro a agosto, foram enviados à Justiça 64 pedidos de encerramento das atividades, número 34% maior do que no mesmo período do ano passado.

A disponibilidade menor de crédito para as empresas, aumento da taxa de inadimplência e juros altos são os demais fatores que dificultam a saúde financeira das companhias. Segundo o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, como o Grande ABC tem perfil industrial, fica mais sensível ao avanço da importação.

São Bernardo é o município onde mais empresas correm o risco de fechar ao longo deste ano, com 28 pedidos de falência requeridas contra 16 em 2010, alta de 75%. A vizinha Diadema figura no segundo lugar, com 15, porém com uma a menos que no ano passado. Em seguida vêm Santo André e São Caetano, cada uma com oito solicitações. Depois, Mauá (três) e Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra com um pedido cada.

"Mesmo com este aumento nas falências requeridas a situação continua melhor do em que 2009, época da crise financeira mundial. Este é um período de ajuste econômico no País", pontua Almeida. Ele lembra que as vendas de veículos estão recuando e os estoques das montadoras da região estão altos devido ao endividamento que o consumidor carrega.

Vale lembrar que o processo de falência requerida, muitas vezes é utilizado como instrumento de cobrança de fornecedores com clientes que atrasam os pagamentos. E nem sempre a empresa está efetivamente à beira de fechar as portas. Para o início de 2012, a tendência é que a nova política monetária do Banco Central, com taxa de juros menor, será percebida pelas companhias e consumidores.

MERCADO - Para evitar o fechamento da firma, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas recomenda fazer um plano de negócios antes de investir capital. Durante o funcionamento da companhia também é importante ficar atento à sua gestão. "Quem não faz isso antes precisará apagar incêndios diários", diz o consultor do escritório regional Fábio Costa Souza.

Segundo o especialista, os setores de confecção (lojas de roupa) e alimentos (pizzaria, restaurantes e bares) estão crescendo, mas é preciso estudar muito antes de optar por eles, devido à forte concorrência. O mais interessante é encontrar um nicho de mercado e vender para um público específico.

Por outro lado, empreendedores com boas ideias nos setores de tecnologia e logística têm oportunidades no Grande ABC. Souza afirma que alunos da Faculdade de Tecnologia de São Caetano estão planejando a criação de uma incubadora na área. Enquanto isso, a proximidade com o Rodoanel representa uma opção para os investidores que tiverem maior disponibilidade de capital.

Monitoramento feito pelo Sebrae-SP sobre a sobrevivência e mortalidade das empresas paulistas aponta de 27% delas encerram as atividades durante o primeiro ano, entretanto, este indicador é o menor dos últimos dez anos.

PAÍS - O número de falências requisitadas por empresas no País subiu de 167 em julho para 170 em agosto, o equivalente a alta de 1,8%. Apesar do leve avanço, o número de pedidos de falência em agosto é o menor para o mês desde 2008, quando foram registrados 152 requerimentos. No mesmo mês do ano passado, foram 186 solicitações.

 




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