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Luiz Fernando diz que especular sobre 2016 é erro

Presidente do São Bernardo Futebol Clube e pré-candidato a deputado estadual pelo PT evita se colocar como nome à sucessão de Luiz Marinho

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/06/2014 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Apontado como um dos nomes que podem disputar a Prefeitura de São Bernardo daqui dois anos, Luiz Fernando Teixeira (PT) garante que seu único pensamento eleitoral é a pré-candidatura a deputado estadual, que marcará seu regresso à disputa de cargos eletivos após 22 anos, quando deixou a vereança na cidade de Casa Branca, no Interior. Para o petista, que preside o São Bernardo Futebol Clube, discutir sobre 2016 é “precipitado” e “um erro”.

“Antecipa um debate que não está dado. Temos ainda dois anos e meio de governo. Quem vai escolher o próximo prefeito de São Bernardo chama-se Luiz Marinho (PT) e meu nome não está colocado. Não posso revelar, mas tenho outra candidatura que defenderia, mais preparada que a minha inclusive”, adianta Luiz Fernando, em entrevista exclusiva ao Diário.

O dirigente esportivo afirma que sua futura campanha terá mote regional para, segundo ele, preencher vazio deixado pela atual bancada de deputados estaduais com origens no Grande ABC. Ele cita que os parlamentares estaduais desta legislatura se portam como “vereadores de luxo” e pouco debatem temas inerentes às sete cidades. “Quais deputados da região trabalham junto ao Consórcio Intermunicipal?”, questiona, isentando somente a correligionária Ana do Carmo, de São Bernardo.

Luiz Fernando se coloca como pré-candidato que pode dialogar com as classes média e alta da região – acostumada em votar em nomes alinhados à direita –, mas salienta que o leque de apoiadores ao seu projeto mostra que ele não tem perfil elitista. “Minha candidatura é mais ampla que isso. Acho que ela terá penetração da classe A à E.”


Qual expectativa do sr. para a campanha? Já tem mote para tentar convencer o eleitor?
Hoje os sete prefeitos da região têm sentado juntos e decididos juntos o rumo do Grande ABC. Sobrou vazio, na verdade, quando você vota em deputado estadual pensa naquele político brigando no Estado ou na região, e não somente no município. No município, o parlamentar que tem esse papel é o vereador. Não temos tido grande número de pessoas brigando pela região. Minha candidatura vem preencher essa lacuna.

Esse discurso de regionalidade da bancada vem de anos e nunca se efetiva. Por que não ocorre a união e de forma o sr. irá trabalhar isso?
Apenas a Ana do Carmo tem tido essa preocupação regional. Os demais deputados têm agido como vereadores de luxo e alguns nem isso. Quais deputados da região trabalham junto ao Consórcio Intermunicipal?

Mas o que é, para o sr., trabalhar efetivamente pela região?
Quanto e quais deputados estiveram com prefeito (Carlos) Grana (PT) e conhecendo os problemas de Santo André, se colocando à disposição? A mesma pergunta pode ser feita a outros prefeitos. A partir do momento que você exclui uma das cidades você não tem mandato regional. Se houve ação dos demais deputados, ela foi pontual.

Marinho já disse que sua candidatura vem para atingir classe média e classe alta de São Bernardo, que tradicionalmente vota em adversários do PT. Como trabalhar com essa perspectiva?
Penso que há perfil individual. O PT, até então, não tinha candidatos com perfil para entrar na classe média. Não lembro o PT com candidato empresário e que pudesse ter perfil que agradasse à classe média e à classe alta. Não é que essas classes não gostam do PT, mas o PT talvez não tivessem candidatos para conquistar essas classes.

Sua candidatura é a do PT da classe média e classe alta?
Perfil da minha candidatura é mais ampla que isso. Acho que ela terá penetração da classe A à E. Pelos apoios que tenho, ela representa todas as classes.

Quando houve o anúncio da sua pré-candidatura, o PT de São Bernardo entrou em ebulição por conta das três candidaturas: a sua, a de Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, e da Ana do Carmo. Como está o clima agora no partido?
Havia pessoas que defendiam apenas uma candidatura. Esse foi o maior movimento. Alguns não aceitavam outras candidaturas. Prefeito Marinho teve papel importante de mostrar que havia espaço para três candidaturas. São Bernardo houve momento em que elegeu-se dois deputados, a Ana do Carmo e Wagner Lino. Teve Djalma (Bom) e Wagner Lino. Tenho certeza que essa questão é passado.

Como o sr. analisa a aliança entre os deputados Orlando Morando e Alex Manente? Mostra algum sinal para 2016?
Não acredito que essa aliança tenha nascido pensando-se em 2016. É óleo e água. Ambos construíram até então relação muito antagônicas, um criticando o outro, de adversários. Ambos querem e não abrem mão de serem candidatos ou cabeça de chapa à Prefeitura (em 2016). A aliança foi estratégica e pontual.

Não houve falta de diálogo entre os Executivos da região para que uma cidade do Grande ABC fosse subsede da Copa do Mundo?
Faltou isso e faltou a região estar preparada também. Um dos pontos baixos da nossa região é o péssimo atendimento de rede hoteleira de ponta. Não há hotel cinco estrelas. Como uma seleção vem para cá sem acomodação que exigem? Temos problemas também na região com internet, com a banda larga, o que impossibilita a imprensa internacional de vir para cá.

O sr. espera ter apoio da gestão do prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB)?
O dr. Paulo externou o carinho e a gratidão que tem por mim. Carinho pela minha pessoa e gratidão pelo esforço que fiz na campanha dele. Ele reiterou a promessa de efetivamente me dar apoio importante na minha eleição. Sei que o PMDB deve lançar candidato na cidade, que é o capitão (Robinson) Castropil, mas creio que o dr. Paulo deve me dar apoio importante em São Caetano. O apoio do dr. Paulo virá e será substancial do meu processo de eleição.

Como o sr. vê políticos da cidade especulando seu nome para a sucessão de Marinho no Paço em 2016?
Há precipitação muito grande, é um erro. Antecipa um debate que não está dado. Temos ainda dois anos e meio de governo. Quem vai escolher o próximo prefeito de São Bernardo chama-se Luiz Marinho e meu nome não está colocado. Não posso revelar, mas tenho outra candidatura que defenderia, mais preparada que a minha inclusive. Para mim 2016 está muito distante. E não sonho com esse cargo.

É possível firmar compromisso que o sr. ficará, se eleito, como deputado estadual pelos quatro anos?
A convocação que tenho é para isso. É meu gosto. Mas não posso dizer nunca. De repente o Alexandre Padilha (PT), se eleito governador, pode nos convocar para alguma secretaria, algum desafio. Iremos analisar. Sou candidato a deputado estadual, quero cumprir meu mandato por inteiro, mas o futuro a Deus pertence. Na política nunca pode dizer como será seu desempenho. Posso dizer com relação à minha ideologia e compromissos, esses são imutáveis. Mas amanhã você é convocado para ser ministro, para ser secretário... É inerente ao deputado ocupar alguma Pasta.




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