Vários esquetes compõem a encenação – cada um dos seis atores faz até cinco personagens. “São pessoas sozinhas, cada uma tem uma mania específica. Em uma das cenas, o personagem toma choques em todo lugar, na porta, na escada rolante. Passa, então, a achar que vai levar choque quando encostar nas pessoas, o que é uma metáfora”, diz Anderson.
O diretor faz a ligação entre solidão e insônia: “Quando se fala em solidão, logo surge a insônia. A identificação com esse tema é muito ampla. A insônia pode ser conseqüência da ansiedade por algo bacana que pode acontecer no dia seguinte ou da tensão provocada pelo cotidiano estressante”.
A prioridade em Insones 3X4 é o movimento dos atores. “O gesto fala mais alto, tanto que a peça cai naquela discussão teatro-dança”, diz Anderson. No início, os atores dão pequenos depoimentos, extraídos de sua própria experiência. “São casos reais”, afirma o diretor. Em seguida, eles trocam de roupa e assumem os personagens, que se isolam em seus quartos.
A iluminação é o principal elemento na construção dos ambientes, já que o palco, com seis almofadões e seis cadeiras, fica praticamente nu. “A luz, basicamente âmbar e azul, faz um clima mais intimista, de madrugada”, afirma Anderson.
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