Setecidades Titulo
Empresário só descobre na entrega que fez negócio com morto
Por Do Diário do Grande ABC
05/08/2005 | 07:41
Compartilhar notícia


“Vendi 48 jogos de uniforme para operários da construção civil para um morto. É inacreditável”. O desabafo é do microempresário de Santo André, M.A.N., 41 anos. Há cerca de duas semanas, M. foi procurado pelo representante da empresa Grupo Elcon do Brasil. “Ele se apresentou como Pedro Rodrigues Maia e disse que iria construir um shopping em Bragança Paulista. Inicialmente fez o pedido de 600 jogos.”
  Pedro Rodrigues Maia é um baiano e está morto. O homem que contratou os serviços de M. é Washington Luiz Demosthene, 32 anos. Ele e a mulher, Elisabete Teixeira Conceição, 35, estão presos há uma semana por falsidade ideológica e estelionato. A empresa Elcon, sediada na rua Manaus, na Vila Alzira, e todos os negócios movimentados pelo casal estavam em nome do morto.

A vítima M. só soube da farsa na última segunda-feira. “Fui até a empresa para entregar a encomenda, mas a casa estava fechada. Soube pelos vizinhos que a polícia esteve no local.” M. então correu para a agência bancária na qual mantém conta para verificar se os dois cheques referentes ao pagamento da metade do pedido, total de R$ 2,4 mil, haviam sido compensados. “Descobri que não e fiquei sem saber qual procedimento tomar.”

Encontro – De acordo com a vítima, o contato com Demosthene surgiu de um encontro casual entre o acusado e sua mãe, no estacionamento de uma agência bancária, no Centro de Santo André. “Eles saíram juntos do banco e o Pedro (nome do morto usado pelo suspeito) começou a conversar com ela. Ajudou a carregar as sacolas e foi puxando papo.” Por fim, a mãe da vítima e o suspeito acabaram descobrindo que M. poderia ser um bom fornecedor para os negócios de Demosthene. “Ele disse que era construtor e tinha mais de 300 funcionários. Minha mãe forneceu meus contatos porque acreditou que ele seria um cliente em potencial para mim.”

Foi no dia seguinte que Demosthene procurou M.. “Me pediu 300 conjuntos. É um volume raro para pedidos, principalmente em se tratando do primeiro contato. Achei estranho e mal teria condições de atender no prazo, então, negociamos menor volume.”

Desde o dia do acerto do pedido, vítima e suspeito se encontraram outras vezes. “Ele marcava em terrenos, onde dizia que iniciaria obras e sempre carregava muito dinheiro no bolso, tanto que acabei deixando as suspeitas de lado.”

As investigações sobre o crime cometido pelo casal de Santo André estão sob os cuidados do 5º Distrito Policial da cidade. Quinta, M. registrou um Boletim de Ocorrência para registrar o golpe. Além dele, outra vítima também procurou a investigação. Os policiais, porém, ainda não divulgaram detalhes sobre a identidade utilizada pelos criminosos para abrir a empresa de consultoria e firmar financiamentos de veículos e até abrir contas correntes em agências bancárias. Os cheques entregues a M. para pagamento dos uniformes são de uma agência de Ribeirão Pires. A conta está em nome do baiano morto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;