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Químicos recebem proposta de 8%
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
30/10/2004 | 13:58
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O sindicato patronal Cegag-10, que negocia com os trabalhadores da indústria química, ofereceu nesta sexta-feira um reajuste salarial de 8% para a categoria, em reunião com representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A proposta, considerada distante dos 17,26% pedidos pelos trabalhadores - incluindo os do Grande ABC - deve ser apreciada em assembléias no próximo dia 5. Os sindicalistas não rejeitaram o reajuste na mesa de negociação.

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, considera que "será difícil" a aceitação da proposta pelos trabalhadores, e que a saída para conseguir um aumento salarial superior ao oferecido será a negociação direta com as empresas. "Colocamos para o setor patronal que nossas bases não devem aceitar essa proposta, até por causa de negociações de outras categorias que resultaram em aumentos maiores", afirmou.

O reajuste oferecido está limitado a salários de até R$ 4,5 mil. Acima desse valor, será concedido um abono fixo de R$ 360. Também foi definido o valor mínimo para a PLR (Participação nos Lucros e Resultados): R$ 400.

A questão das horas extras foi mantida como no acordo de 2004, com adicional de 75% para horas não compensadas durante a semana e 110% para horas cumpridas nos fins de semana.

Apesar de considerar o reajuste abaixo do esperado, Lage acredita que ele é "razoável". "Não é possível dizer que a proposta é ruim, porque ela traz aumento real, mesmo que pequeno", afirmou.

No próximo dia 3, mais 300 empresas do setor químico do Grande ABC devem receber avisos de greve. Durante a semana passada já haviam sido entregues 100 avisos. "Podemos fazer paralisações, mas ainda não há nada definido", afirmou Lage.

A estratégia de acordo direto com as empresas acontecerá mesmo que a proposta patronal seja aceita pelos sindicatos - representados nas negociações pela CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), da CUT. "Algumas empresas já nos procuraram para realizar acordos diretos, sinalizando com um reajuste maior. Acho que é possível alcançar com esse processo pelo menos aumentos de 10%", afirmou o presidente do sindicato.

Metalúrgicos - Metalúrgicos da CUT e da Força Sindical assinaram ontem o acordo trabalhista com o Grupo 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros), que prevê a reposição da inflação de 12 meses pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais aumento real de 4%.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, ligado à Força, paralisou nesta sexta por cerca de uma hora a empresa Brastac, na cidade, que possui cerca de 150 funcionários. A indústria faz parte do Grupo 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros), que ainda negocia com as duas centrais.

Os metalúrgicos da Força também estão fechando acordos diretamente com empresas do Grupo 10, com reajustes acima dos 8% propostos oficialmente, mas com o objetivo de pressionar os resultados das negociações com os sindicatos patronais.

"O que nós queremos realmente é um acordo que beneficie toda a categoria, e não acordos separados, pois algumas empresas podem oferecer mais resistência do que outras para negociar", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Firmino, o Martinha.




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