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Mulher é acusada de matar o marido em Sto André
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
23/08/2005 | 07:55
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A microempresária e estudante de Direito Clarilúcia Vintorim, 36 anos, é acusada de encomendar a morte do marido para ficar com seu dinheiro. O crime ocorreu em julho de 2003 na casa onde moravam, no Parque Novo Oratório, em Santo André. A polícia descobriu que ela contratou um motorista para assassinar o marido. Os dois foram presos há dez dias e a Delegacia de Homicídios só divulgou a resolução do caso segunda-feira, quando houve a reconstituição do homicídio.

O marido de Clarilúcia, Gilberto Gonçalves de Andrade, 44 anos, tinha um seguro de vida de R$ 100 mil, uma confecção instalada na residência do casal, uma oficina mecânica especializada em caminhões, em Utinga, e dois carros, um Vectra e um Fiat Strada.

Segundo a polícia e parentes da vítima, Clarilúcia queria ficar com todos os bens do marido. Com exceção do valor do seguro, após a morte de Andrade, ela se apoderou de todo o resto.

Adilson Mazur, 35 anos, que é motorista particular, é acusado de matar Andrade a pancadas com um cabo de madeira de uma marreta. Ele declarou à polícia que foi contratado por Clarilúcia para cometer o crime. Segundo ele, fecharam negócio por R$ 10 mil e um carro à sua escolha.

Ela é acusada por familiares da vítima e por funcionários da confecção de aplicar vários calotes e não pagar salários. Assim como Clarilúcia, Mazur também não chegou a ver a cor do dinheiro, muito menos o automóvel acordado. Pelo crime, recebeu apenas uma máquina de costura que era da confecção. O motorista trabalhava para uma família no bairro Jardim, em Santo André.

Os dois foram presos no último dia 12. Com mandados de prisão em mãos, investigadores da Delegacia de Homicídios detiveram Clarilúcia à noite, no meio da sala de aula da Unip (Universidade Paulista) de São Bernardo, onde estuda. Poucas horas antes, Mazur foi preso em casa, na Vila Boa Vista, em São Bernardo.

O crime só pôde ser esclarecido por meio de escutas telefônicas realizadas com autorização judicial e de uma denúncia que apontava o mediador da negociação do crime, um segurança de uma clínica médica localizada no bairro Jardim.

Esse segurança delatou Clarilúcia e o motorista. Como colaborou para a resolução do caso, sua identidade está sendo preservada pela polícia, mas deverá também ser responsabilizado por ter prévio conhecimento do homicídio. Clarilúcia chamou primeiro o segurança para matar seu marido. Ele não aceitou, mas indicou o motorista.

Em depoimento à polícia, Mazur confessou a autoria do crime e que fora contratado por Clarilúcia. Ela, no entanto, nega que seja a mentora e acusa o motorista de ter feito tudo sozinho.

"Sabíamos, desde o início do caso, que ela era a principal suspeita do crime. Entretanto, não estávamos conseguindo provas mais consistentes que embasassem o pedido de mandado de prisão. Conseguimos isso com as escutas telefônicas e as delações", afirmou o delegado da Delegacia de Homicídios, Roberto Borges dos Santos.

No dia do crime, o caso foi registrado como homicídio, apesar dos acusados tentarem fazer com que se parecesse com um assalto. Às 2h, a vítima estava sozinha em casa. A mulher havia simulado um álibi para sair, ao levar a filha de 7 anos para um hospital.

De acordo com a polícia, Mazur entrou na casa com uma chave. Após matar a vítima, pegou um carro da garagem, simulando um assalto. O veículo foi achado horas depois.

A reconstituição do homicídio, realizada segunda-feira na rua dos Alpes, atraiu cerca de 50 pessoas, entre vizinhos, parentes da vítima e curiosos. "Assassinos, assassinos", gritava o grupo ao ver os acusados.




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