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Exportações nacionais de produtos químicos acumulam alta de 31%
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
18/08/2005 | 08:04
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As exportações brasileiras de produtos químicos superaram US$ 4,1 bilhões (R$ 9,5 bi) no acumulado dos sete primeiros meses do ano – média de US$ 596,7 milhões vendidos ao exterior por mês. O total representa crescimento de 31,1% em comparação com as vendas de janeiro a julho de 2004, segundo balanço da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

Na esteira das exportações, as importações também cresceram. O país comprou até o mês passado pouco mais de US$ 8,4 bilhões, expansão de 10,2% no confronto a igual período anterior.

Em volume, a indústria química exportou mais de 4,6 milhões de toneladas de insumos entre janeiro e julho, o que representa aumento de 10,7% na comparação com a mesma época do ano passado. As importações, superiores a 10,4 milhões de toneladas, registraram acréscimo de 18,5%. As vendas externas de produtos químicos de uso industrial encostaram em US$ 3,6 bilhões e responderam por 86,1% do total das exportações do setor.

Segundo o vice-presidente executivo da Abiquim, Guilherme Duque Estrada de Moraes, boa parte do desempenho positivo do setor químico no país é resultado da recuperação econômica de países vizinhos, em especial da Argentina, o maior mercado para produtos químicos brasileiros. "Nosso mercado ainda é muito deficitário. Compramos muito mais do que vendemos. No entanto, o crescimento expressivo das exportações tem encurtado as diferenças", avalia. "Esperamos que o ano feche com números ainda melhores no quesito comércio exterior."

Maurício Lucena, gerente de comércio exterior da Polibrasil, com sede em Mauá, confirma que a expansão das exportações está diretamente relacionada ao crescimento das economias latinas. "Metade de tudo que mandamos para fora desembarca em países da América Latina. O crescimento sobretudo das economias argentina, peruana e equatoriana tem mantido nossas exportações aquecidas", diz. "Os outros 50% vão para África e Ásia, com destaque para a China", completa.

Lucena afirma que em razão das exportações todas as unidades da companhia estão funcionando a plena capacidade – a Polibrasil também mantém unidades em Duque de Caxias (RJ) e Camaçari (BA). "Embora a demanda do mercado interno esteja bem abaixo do ideal, estamos conseguindo compensar com vendas externas. E o crescimento deve se manter. Hoje estamos exportando 6 mil toneladas por mês, e a meta é fechar o ano com 10 mil toneladas mensais."

A situação da Polibrasil é semelhante à da Polietilenos União, de Santo André. O diretor comercial da companhia, Domingos Jafelice, afirma que a demanda no mercado interno na primeira metade deste ano apresentou recuo, mas foi possível manter a produção no mesmo nível devido ao aumento nas vendas ao exterior, que, desde o início do ano passado, passaram de cerca de 9 mil para 12 mil toneladas por mês da resina polietileno de baixa densidade – matéria-prima utilizada na produção de produtos plásticos.

A empresa tem produção mensal de 60 mil toneladas da resina. A exemplo da indústria química no país, ampliou a participação nas vendas ao exterior, de 15% para cerca de 20% do volume fabricado. Além da América do Sul, a Polietilenos passou a vender também para a Ásia, por meio de contratos de curto prazo para o exterior.




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