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Agostini depõe na Corregedoria
Por Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
05/08/2005 | 07:27
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O médico-cardiologista e ex-vereador de São Caetano Eduardo Agostini, envolvido na ‘Máfia do Óbito‘, depõe nesta sexta à tarde na Corregedoria da Prefeitura e encerra lista de ouvidos pelo órgão municipal. Nesta quinta, o dono da funerária São Paulo, Maurílio Teixeira Martins, e o gerente, Pedro Azevedo Gazani, também prestaram esclarecimentos ao corregedor Sérgio Pardal.

Pardal disse que, após analisar todos os documentos e depoimentos, um parecer final será emitido, no mais tardar, até o dia 19, dando conclusão nas investigações da Corregedoria. Só então será decidido se o órgão punirá algum funcionário público por advertência ou suspensão de até 30 dias. Demissões somente com autorização do prefeito municipal, José Auricchio Júnior (PTB).

“A apuração de fatos é para comprovar se houve eventual ilicitude praticada pelos funcionários públicos. A Corregedoria não vai fazer o julgamento dos envolvidos, isso cabe à polícia e ao Poder Judiciário”, disse Pardal. Ele ressaltou que estes documentos e depoimentos já foram solicitados pelo delegado-titular da cidade, Adilson da Silva Aquino, e também pela Corregedoria do Conselho Regional de Medicina.

O Corregedor não pôde revelar o conteúdo dos depoimentos de Maurílio e Pedro realizados nesta quinta pelo sigilo das investigações. Apenas disse que o gerente Pedro Azevedo Gazani utilizou o direito de só responder sub judice, como já fizera na Polícia, ao contrário de Maurílio, que respondeu aos questionamentos.

A ‘Máfia do Óbito‘ foi denunciada pelo Diário no último dia 27, comprovando a existência do esquema após obter declaração assinada pelo médico Eduardo Agostini, por R$ 200. A funerária São Paulo foi o local onde se negociou a compra do atestado falso. Também participaram do esquema servidores do PS Municipal, onde foi retirado o documento em branco.

A história criada pelo Diário em 20 de julho era de que Carlos Rodrigues (identificado como tio do repórter) havia morrido naquele dia em uma chácara em Ribeirão Pires. Na verdade, Rodrigues faleceu em 4 de agosto de 1993, portanto, há 13 anos.

A polícia já obteve informação sobre uma segunda declaração de óbito em branco retirada do Pronto-Socorro Municipal de São Caetano sem a presença de médico e sem preenchimento de requerimento de retirada, mais uma evidência que a ‘Máfia do Óbito‘ teria mesmo conivência e participação de funcionários do PS. O esquema que é investigado envolve Eduardo Agostini, funcionários e donos das funerárias São Paulo e Abcel, além de servidores municipais.

Em depoimento à polícia na quarta-feira, a funcionária do PS Aparecida de Oliveira Leme revelou que não teve contato com Eduardo Agostini, nem mesmo por telefone, na noite de 20 de julho, quando o Diário comprovou a existência do esquema de venda ilegal de documentos de óbito. A afirmação desmente o que Maurílio Teixeira, dono da funerária São Paulo, disse um dia após a publicação da denúncia. No dia 28, ele contou que por ser conhecido e pessoa idônea, Agostini havia telefonado ao PS para liberar a saída da declaração de óbito em branco.




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