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S.Bernardo recupera sistema viário
Por Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
22/08/2005 | 08:17
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Com 25 obras de grande porte e mais de 800 intervenções pontuais, São Bernardo parte para a recuperação de um sistema viário comprometido há mais de 40 anos, quando a cidade foi cortada pela Via Anchieta. O ponto chave para isso é que o Senado não seja contaminado pela pauta de crise política e aprove o aval do governo federal ao empréstimo de US$ 254 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Dessa quantia, US$ 144 milhões virão do banco e US$ 110 milhões será a contrapartida da Prefeitura.

A certeza da solução da burocracia, uma vez que o empréstimo já foi aprovado pelo BID e pelo governo federal, faz com que a Prefeitura já se antecipe em algumas obras e inaugure soluções como a conexão do Km 18 da Via Anchieta com a avenida Lucas Nogueira Garcez. Outra vitrine para demonstrar a eficácia das soluções é o prolongamento da avenida Lauro Gomes até a Pereira Barreto, que criou um novo caminho para quem quer cruzar a cidade, principalmente quem vem de Santo André em direção ao Rudge Ramos sem passar pelo centro.

O secretário especial de Assessoramento Governamental da Prefeitura de São Bernardo, Eurico Leite, explica que, no Km 18, o que se tinha era a formação de uma cauda no trânsito da Via Anchieta, "que já está resolvido graças à intervenção concluída na conexão". Soluções similares, mas com obras de porte mais significativo, estão programadas para os quilômetros 17 e 16 da rodovia.

Um dos grandes objetivos do programa que congrega todas essas obras, chamado de São Bernardo Moderna, é criar mais alternativas para quem transita pela Via Anchieta de acessar Diadema, São Caetano, Santo André e, num segundo plano, Mauá e o bairro de São Mateus, em São Paulo. "Nosso estudo revela que 60% do trânsito dos corredores é composto por veículos que se destinam às outras cidades do Grande ABC e para a zona Leste da capital", constata Leite.

Além disso, as centenas de intervenções e boa parte das obras de grande porte, como duplicação de avenidas e o novo sistema de semáforos, se destinam a criar um sistema viário integrado e com mais fluidez dentro do município. "São Bernardo primeiro foi cortada pela Via Anchieta, em seguida pela Imigrantes e o corredor de trólebus e o Minianel Viário, o que dividiu a cidade", diz Leite.

Uma nova ferramenta foi fundamental para os técnicos da Prefeitura de São Bernardo planejarem a questão viária. Trata-se dos softwares Sincron e M2, que fazem simulação de tráfego, pesquisa de origem e destino e outras medições que ajudaram a projetar o fluxo de veículos para os próximos 25 anos. "Investimos cerca de US$ 150 mil mais o treinamento dos funcionários", conta Leite, que garantiu o empréstimo dessa tecnologia a cidades vizinhas para o planejamento local.

Retorno – Segundo Leite, o principal aspecto analisado pelo BID para conceder o empréstimo, que será pago em 20 anos a juros de 2,7% ao ano, é o retorno econômico para o desenvolvimento do município, além do atendimento das exigências técnicas e de meio ambiente. "O banco constatou que as intervenções apresentadas darão um retorno de 30% ao ano para a economia local, sem contar a melhoria no trânsito, que tem uma relação direta com a qualidade de vida."

A expectativa é que as obras da primeira fase do projeto sejam concluídas em cinco anos, mas Leite espera que este prazo seja reduzido para três. A licitação de cinco lotes de obras já está em andamento. As últimas arestas burocráticas, além da aprovação do Senado, é a assinatura dos convênios com as cidades vizinhas. Diadema já aprovou, faltam Santo André e São Caetano.




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