As CPIs (Comissões Parlamentares de Inquéritos) dos Correios, do mensalão e dos Bingos devem dedicar esta quinta e a sexta-feira para a análise de documentos. Nas próximas duas semanas os parlamentares voltam a tomar depoimentos.

O relator dessa CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou que na próxima quinta-feira entregará um segundo relatório parcial das investigações. O primeiro, aprovado em conjunto com a CPMI do mensalão, foi entregue à Corregedoria da Câmara por Serraglio e pelo presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), na última terça-feira.

O relatório sugere a abertura de processo de perda de mandato de 18 parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção. "Começaremos a apresentar o outro lado da CPI, que é a análise documental dos contratos, apesar de muita coisa ainda estar pelo meio do caminho", explicou Delcídio.

O deputado disse que não é certo que esse segundo relatório faça alguma menção ao nome ao presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), acusado de ter recebido recursos das agências do publicitário Marcos Valério, suposto operador do mensalão, em sua campanha ao governo de Minas Gerais em 1998.

"Nós não o incluímos no primeiro relatório porque tínhamos um critério: prática de ato enquanto parlamentar. Quem vai decidir se a eleição de 1998 vai ser objeto de investigação, e, portanto, se vai constar do relatório, é o plenário da CPI", explicou.

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), membro da comissão, o mesmo tratamento que for dado a Azeredo deverá ser conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se houver representação contra ele, tem que haver contra o presidente, com maior razão, porque relativamente a Lula, as denúncias de recursos indevidos na campanha eleitoral atingem diretamente a sua candidatura, maculando o seu mandato".