Setecidades Titulo Hip hop
Jovens da Batalha pedem segurança

Acordo com Prefeitura de São Bernardo prevê viatura da GCM, que ontem chegou atrasada

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
02/03/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Anderson Silva/DGABC


Para trazer garantia de ordem à Batalha da Matrix, que reúne MC’s de hip hop e ocorre toda terça-feira na Praça da Matriz, no Centro de São Bernardo, a Prefeitura ficou de auxiliar na questão, segundo os organizadores, com o apoio da GCM (Guarda Civil Municipal), conforme acordado em reunião realizada na segunda-feira. Porém, ontem a viatura chegou apenas por volta das 20h30, uma hora depois do início do evento.

“A Prefeitura entendeu que queremos continuar com a ocupação da praça, desde que seja mantida a ordem, mas a GCM não está aqui”, queixou-se o jovem Maurício Yaginuma, 19 anos, antes da chegada dos guardas. “A gente faz o possível para os participantes não picharem e não usarem drogas. Na reunião, pedimos banheiros químicos, já que uma das reclamações dos moradores e comerciantes do entorno é que as pessoas urinam na rua. Ficaram de ver”, completou.

A equipe do Diário permaneceu no local por uma hora e, ao menos ontem, não flagrou esse tipo de ação. O que se viu foram muitos jovens fumando maconha e ingerindo bebidas alcoólicas, alguns deles menores de idade. Aproximadamente 200 pessoas estavam no espaço. A GCM não circulou pelo local. A viatura ficou estacionada na altura da igreja, de onde os guardas observavam a movimentação. Às 20h48, chegaram profissionais do Consultório de Rua (programa de redução de danos da Prefeitura) e instalaram uma mesa onde ofertaram preservativos.

No dia 26 de janeiro, confronto envolveu policiais militares, guardas civis municipais e participantes da Batalha e, desde então, foi iniciado processo de diálogo sobre a manutenção da festa, que existe há três anos e chega a reunir 500 pessoas na praça. “É um evento importante de socialização dos jovens, que traz cultura do hip hop e no qual eles podem colocar seus pontos de vista e trocar ideias”, falou Yaginuma.

Para o participante Kauê Balieiro, 18, deveria haver consenso entre as autoridades de Segurança (GCM e Polícia Militar – que não marcou presença, só passou com a viatura em patrulhamento pela área) e os organizadores, para não correr o risco “de acabar o movimento”. “A Batalha divulga o hip hop e reúne todas as classes sociais, pois aqui se encontram pessoas de diferentes cantos da cidade”, disse ele, que mora na Vila Lusitânia.

O promotor da Infância e Juventude de São Bernardo, Jairo De Luca, ressalta que os interesses – de quem participa do evento e das pessoas que vivem no entorno e reclamam da situação – devem ser conciliados. “O entretenimento dos eventos deve levar em conta o bem-estar coletivo. Os moradores e comerciantes devem tolerar o desafio de rap, cujos organizadores, por sua vez, precisam colaborar para que se preserve a paz social.”  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;