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COI (Comitê Olímpico Internacional) divulga hoje a
cidade que sediará os Jogos, e Rio é uma das favoritas

Do Diário do Grande ABC
02/10/2009 | 07:00
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Depois de 633 de empenho e mais de 100 milhões investidos só na candidatura, o Rio de Janeiro saberá hoje se passou ou não no teste do COI (Comitê Olímpico Internacional) para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A partir das 3h30, os 105 membros do Colégio Eleitoral da entidade ouvem, pela última vez, os argumentos e promessas das quatro postulantes aos Jogos e dão seu veredito, às 13h30.

O Rio de Janeiro concorre pela quarta vez. Antes, tentou a sorte para os Jogos de 2000, 2004 e 2012 sem nunca ficar entre as finalistas. Favorita, a cidade precisa superar Tóquio, Chicago e Madri na preferência do colegiado para levar os Jogos Olímpicos pela primeira vez na história para o continente sul-americano. E é este, justamente, um dos argumentos mais fortes que a comissão de candidatura tem alardeado para comover o eleitorado.

Isso e a estabilidade econômica que o país apresentou durante o auge da recente crise financeira internacional. "Sim, nós podemos e vamos realizar essa Olimpíada", garantiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem durante entrevista coletiva, em Copenhague, onde será realizada a votação.

Defensor ferrenho da candidatura, Lula parafraseou o bordão do então candidato a presidente dos Estados Unidos Barack Obama para ganhar votos. A presença dos dois na Suíça é a prova de prestígio interno das candidaturas do Rio e de Chicago. Ainda que a cidade norte-americana não conte com apoio popular completo.

Segundo a última sondagem divulgada pelo site Around the Rings, especializado em candidaturas olímpicas, o Rio venceria a disputa por um voto, seguido pela representante norte-americana.

Antes da votação, as adversárias têm uma última chance de reverter a situação. Cada cidade fará 45 minutos de apresentação para defender sua candidatura, com outros 15 minutos para responder as perguntas dos membros do COI. Chicago será a primeira, seguida por Tóquio, Rio de Janeiro e Madri. Vence quem obtiver maioria simples na votação.

Se isto não acontecer na primeira rodada, quem tiver menos votos sai e é feita nova votação. O processo se repete em até três rodadas e, caso o empate permaneça, o presidente do COI, Jacques Rogge, dá o voto decisivo.

"Eu não trabalho com a hipótese de que sejamos derrotados. Mas não haverá nenhum sentimento de injustiça se alguém votar contra o Brasil", garantiu Lula. "Os Jogos Olímpicos estão muito marcados por serem feitos em países mais desenvolvidos. O Brasil recuperou a auto-estima, vive um momento econômico importante e tem um programa de desenvolvimento fantástico até 2017. A Olimpíada vai forçar a gente a fazer muito mais do que já estamos fazendo", completou o presidente.

Na reta final da disputa, o Brasil levou personalidades, atletas e ex-atletas, como Pelé, para mostrar a força de sua candidatura. E a festa da vitória já está preparada com show de samba e chorinho, no Hotel Skt Petri, que teve mais de 200 de seus quartos reservados para a delegação nacional.

Tóquio e Madri tentam surpreender na disputa

Azarões na briga pelos Jogos de 2016, Japão e Madri tentam surpreender as favoritas sem grande estardalhaço. Mas não seria a primeira vez que o colégio eleitoral do COI surpreenderia. Basta lembrar a escolha de Londres para 2012, quando Paris era a grande favorita.

A proposta japonesa tenta convencer o colégio eleitoral que é possível organizar Jogos de qualidade sem exagerar nos gastos e também apela para fatores ecológicos para vencer a disputa.

Segunda proposta com a maior adesão popular, 56%, atrás apenas do Rio, com 84%, Tóquio tem como trunfos a solidez de sua economia e uma longa tradição na organização de eventos esportivos de ponta. Contudo, o continente recebeu a última edição dos Jogos Olímpicos (Pequim/2008), o que pode pesar contra as ambições japonesas.

Ontem, o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, viajou para a Suíça determinado a seduzir os eleitores com a bandeira da segurança. "Quero destacar que Tóquio é preocupada com o meio ambiente e também a cidade mais segura do mundo", disse Hatoyama.

Já Madri precisa convencer o colégio do COI que sua legislação antidoping não se contrapõe ao código Agência Mundial Antidoping. O rei Juan Carlos e o presidente José Luis Rodríguez Zapatero estão em Copenhague para reforçar a candidatura.

A proposta espanhola quer revigorar física e socialmente a cidade, como aconteceu com Barcelona. Para isso, a cidade propõe uma diversidade de atividades culturais.

Chicago usa Oprah para reforçar candidatura olímpica

Dona do maior orçamento entre as candidatas aos Jogos Olímpicos de 2016 - US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 7,15 bilhões), Chicago é apontada como a principal adversária do Rio de Janeiro na preferência do colégio eleitoral do COI (Comitê Olímpico Internacional) e recorreu ao prestígio da mulher 'mais influente do mundo' para provar sua força.

A apresentadora Oprah Winfrey chegou a Copenhague, acompanhando a primeira-dama Michelle Obama e roubou a cena por onde passou. Responsável por transformar livros em best-sellers absolutos apenas por expressar seu interesse por eles em seu programa, Oprah não é a personagem principal no 'corpo a corpo' com o eleitorado, função reservada a Michelle, mas desempenha bem seu papel.

Sempre cercada de inúmeros fãs e na mira de dezenas de fotógrafos, cabe a ela chamar atenção para as palavras da primeira-dama. "Nós nos encontraremos com alguns delegados para conversarmos e contarmos como somos grandes e como não há outra escolha", afirmou a apresentadora esbanjando confiança. "Eu sou uma espécie de embaixadora."

Apesar do apoio de Oprah e do presidente Barack Obama, a candidatura sofre resistência de parte da população de Chicago, que fez manifestação pública contra os Jogos no início da semana.

Além disso, seu alto orçamento pode virar ponto fraco. O relatório final dos inspetores do COI criticaram a inexistência de garantias para arcar com seus custos.

A proposta de Chicago prevê a realização dos Jogos no período de 22 de julho a 7 de agosto.




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