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Fluxo cambial é negativo
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07/08/2008 | 07:02
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Investidores e empresas remeteram ao Exterior US$ 15,1 bilhões nos últimos quatro meses. Em tempos de crise internacional, dólares têm deixado o Brasil para, principalmente, cobrir prejuízos nos Estados Unidos.

No ano, a saída desses dólares se aproxima de US$ 20 bilhões, segundo dados do Banco Central. Esses números se referem ao saldo das operações de câmbio no segmento financeiro - investimentos, aplicações financeiras e pagamentos diversos.

Os números do chamado segmento comercial do câmbio, ligado às operações de importação e exportação, continuam positivos, mas nos últimos dois meses não foram suficientes para cobrir as saídas financeiras. O resultado foi que houve déficit no fluxo cambial nos últimos dois meses.

Em julho, o fluxo cambial fechou com resultado negativo de US$ 2,4 bilhões, o mais elevado desde dezembro de 2006. No acumulado de janeiro a julho, o resultado ficou positivo em US$ 12,4 bilhões, mas o valor caiu 80% na comparação com o mesmo período do ano passado. A conta financeira teve resultado negativo pelo quarto mês seguido. Apenas em julho, US$ 5,1 bilhões deixaram o Brasil, depois de um resultado igualmente expressivo, de US$ 5,6 bilhões, em maio.

Economistas não têm dúvidas que os números refletem a situação externa. A crise nos EUA tem gerado prejuízos seguidos em empresas e investimentos como a Bolsa de Valores. Para cobrir o rombo e evitar novos tropeços com o dinheiro, agentes financeiros costumam procurar ‘portos seguros'.

Títulos do governo norte-americano, papéis em euro e até o ouro têm sido as opções. Nesse movimento, aplicações consideradas arriscadas, inclusive os mercados emergentes, sofrem com a retirada de recursos.

"De um lado, empresas remetem mais lucro porque enfrentam dificuldades nas sedes. Por outro, a crise aumenta a aversão ao risco e isso reduz o fluxo de recursos para o Brasil", resume o economista-chefe do banco Safra, Eduardo de Faria Carvalho.

Esses temores, no entanto, não impediram uma reação do mercado de ações. A queda nos preços do petróleo tambem não evitou que as ações da Petrobras subissem, acompanhadas pelas ações da Vale, o que levou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) a fechar em alta pelo segundo dia consecutivo - de 1,90%, aos 57.542,5 pontos.

Segundo informações de analistas, notícias corporativas motivaram as compras. Entre as aplicações financeiras, a Bovespa foi a que mais sofreu. Em julho, R$ 7,6 bilhões (cerca de US$ 4,8 bilhões) de investidores estrangeiros deixaram o mercado. A saída do mês é quase metade do movimento acumulado no ano, quando estrangeiros retiraram R$ 14,2 bilhões. Segundo analistas, foi um movimento global. Investidores saíram de Bolsas em boa parte dos mercados emergentes.




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