Política Titulo Holerite
Imprerp pagava por
empréstimos, diz MP

Segundo apuração, ex-superintendente em
Ribeirão adulterava holerite para ter crédito

Por Júnior Carvalho
Especial para o Diário
18/07/2014 | 06:57
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Denis Maciel/DGABC


O Ministério Público apurou que parte do rombo de ao menos R$ 5 milhões no Imprerp (Instituto de Previdência de Ribeirão Pires) teve como origem adulteração de holerites para contração de empréstimos consignados, cujas parcelas teriam de ser arcadas pela autarquia. Segundo o MP, o esquema era liderado pelo ex-superintendente do Imprerp Carlos Alberto da Silva e pela ex-gerente financeira Mara Cristina Mazini Faria.

O Diário teve acesso à investigação da Promotoria de Ribeirão. De acordo com a promotora Graziela Borzani, autora da ação civil pública ajuizada na 2ª Vara Cível do município, Carlos Alberto e Mara maquiavam folha de pagamento, aumentando em até 900% seus vencimentos com objetivo de contratar empréstimos de maior quantia. Em vez de declararem que recebiam cerca de R$ 3.000 mensalmente (pelos cargos concursados), ambos afirmavam a instituições financeiras que ganhavam R$ 30 mil por mês.

O crédito consignado prevê descontos diretos na folha de pagamento. Conforme apuração do MP, as parcelas admitidas por Carlos Alberto e Mara junto à Financeira Alfa eram quitadas diretamente pelo Imprerp. Ainda segundo a promotoria, o ex-superintendente deveria pagar, mensalmente, R$ 3.272,29 ao banco, enquanto Mara possuía dívida mensal de R$ 3.320,25.

O valor total do crédito pedido pela dupla não foi divulgado na ação impetrada pelo MP, mas ambos teriam efetuados mais de uma transação. Pelas investigações, o empréstimo efetivado em nome de Carlos Alberto era autorizado por Mara em nome do Imprerp. Quando o crédito era solicitado por ela, o aval era dado pelo ex-superintendente.

Como divulgado ontem pelo Diário, o juiz da 2ª Vara Cível do município, Sidnei Vieira da Silva, acatou as denúncias do Ministério Público e os dois respondem por atos de improbidade administrativa.

A suposta fraude ocorreu entre 2009 e 2012, durante a última gestão do ex-prefeito Clóvis Volpi (ex-PV, hoje PTB), O atual secretário adjunto paulista de Esporte, Lazer e Juventude nega ter participação no suposto esquema e afirma que apenas indicou Carlos Alberto para o comando do Imprerp. Segundo Volpi, havia autonomia de poderes.

O governo do prefeito Saulo Benevides (PMDB) informou que irá contratar auditoria para apurar o tamanho do desfalque aos cofres públicos. Inicialmente previa-se desvio de R$ 1 milhão, quantia corrigida no decorrer do trabalho do MP.

Carlos Alberto e Mara não foram localizados para comentar o assunto. 




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