D+ Titulo Tempos de escola
Matemática merece uma nova chance
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
04/05/2014 | 07:00
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Geometria, álgebra, estatística. Os termos assustam os que não curtem Matemática. Mas não precisa ser assim. Quem gosta, garante que fica mais agradável ao perceber que ela não é feita só para os gênios e que nem tudo se resume a cálculo.

“Parar de falar que é difícil é o primeiro passo”, enfatiza o professor Eduardo Costa, do Cursinho da Poli. “Todos têm capacidade de resolver as questões, mas cada um leva seu tempo. O erro deve ser aceito como parte do aprendizado.” 

Nada para ele, porém, descarta o estudo. “O aluno deve aprender repetindo os exercícios, questionando as passagens, errando e apagando. Precisa criar a consciência de que não é feio contar nos dedos.”

Victor Pirozelli, 14 anos, de São Bernardo, acredita que é bom estudar todo dia um pouco. “Precisa estar confiante de que vai conseguir resolver. Quem não gosta, pode ficar nervoso na prova e errar por falta de atenção.”

Giovanni Gallon Neto, 18, de São Caetano, tem facilidade, mas também precisa se esforçar. “Exige dedicação, disciplina e persistência. Nem sempre dá para chegar ao resultado de problemas em pouco tempo. Às vezes, tem de deixá-los de lado e voltar a pensar depois”, ensina o garoto, que faz Engenharia Elétrica na USP. 

João Miranda Carnevale, 18, conta que a faculdade de Matemática ensina de modo diferente da escola. “Não é fórmula decorada. Tem mais passagens lógicas e problemas desafiadores.” Por meio do estudo, aprendeu a lidar com situações do dia a dia. “Tenho facilidade para resolver todo tipo de problema. Penso com frieza, paro para analisar e decidir como resolver mais rápido.”

Para Nicolau Corção Saldanha, professor de Matemática da PUC-RJ, a disciplina ajuda a raciocinar. “É mais do que ferramenta, é forma de pensar, de argumentar.”

AJUDA NA WEB - No site pt.khanacademy.org, da Fundação Lemann, há mais de 100 mil exercícios disponíveis. O usuário faz teste para mostrar o que sabe, em seguida aparecem atividades para seu nível. Ao completar desafios, ganha medalhas virtuais e recebe jogos mais complexos. “A tecnologia é um dos recursos para atrair a atenção do aluno”, diz Daniela Caldeirinha, coordenadora de projetos da Fundação Lemann.

Olimpíadas servem de incentivo para estudar

Com 12 medalhas e uma menção honrosa, Beatriz Marques de Brito, 14 anos, de São Bernardo, é fã número um de desafios. Desde o 4º ano do Ensino Fundamental, ela participa de Olimpíadas de Matemática, Astronomia, Astronáutica, Física e Redação, por que não?

“Meu pai dava exercícios em casa para eu aprender coisas novas. Assim, comecei a gostar”, diz a garota, que encara a participação em competições um estímulo extra. “Quando consigo completar o exercício, sinto satisfação imensa.”

Segundo o professor Nicolau Corção Saldanha, do departamento de Matemática da PUC-RJ, essas competições ajudam a fugir do modo mecânico que a escola ensina. “Eles precisam resolver problemas que os fazem pensar muito até achar a solução.” 

Conhecer esse lado da Matemática ajudou Beatriz a escolher a faculdade que deseja. Se engana quem pensou ser na área de exatas. A garota sonha fazer Medicina.“Tem tudo a ver com Matemática. Quando se estuda uma doença precisa entender de estatística, acompanhar a evolução do problema. Saber Química e Física também é importante.”

Como se dar bem

Que tal aproveitar o Dia da Matemática, celebrado em 6 de maio, para fazer as pazes com a matéria? Confira dicas:

- Pare de falar que é difícil e aceite o desafio. A satisfação aparece ao entender como tudo funciona;

- Cada um tem um jeito de aprender. Descubra qual é o que mais funciona com você;

- Faça exercícios, questione o que está copiando. Saiba que errar faz parte do aprendizado;

- Participe de olimpíadas, elas exigem raciocínio lógico;

- Use recursos como a internet, que possui sites com exercícios, jogos e vídeoaulas.




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