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Burguês diz não ver nepotismo em emprego para mulher

Vereador afirma que não há irregularidade em Flávia Silva ser comissionada no governo Marinho

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/02/2014 | 06:58
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Marina Brandão/DGABC


O vereador Reginaldo Burguês (DEM), que viu sua mulher, Flávia Soares de Souza Silva, empregada em cargo comissionado pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou não enxergar nepotismo no caso. “Nepotismo cruzado é quando há troca de cargos, quando alguém do Executivo colocar alguém no meu gabinete e eu colocar alguém lá. E não tem ninguém do Executivo no meu gabinete.”

Na quarta-feira, o Diário mostrou que Flávia trabalha como auditora de obras particulares e recebe R$ 5.515,20 por mês pela função comissionada (sem concurso público). Até novembro, exercia cargo também apadrinhado de agente de assuntos governamentais, com salário mensal de R$ 3.620,57.

Segundo o democrata, sua mulher trabalha na Prefeitura desde 2011 e que a admissão dela está respaldada pela Constituição Federal, que prega independência dos poderes. “São mundos diferentes”. No entanto, a Súmula Vinculante 13, redigida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), proíbe contratação de parentes de autoridades e veta também a troca de favores entre Executivo e Legislativo.

O Ministério Público mantém aberto desde 2009 inquérito civil para apurar casos de nepotismo no governo Marinho. O início da investigação ocorreu por diversas nomeações de parentes do ex-prefeito Maurício Soares (PT), que hoje é diretor-presidente da Fundação Criança. Há casos de contratação de parentes do atual secretário de Governo, José Albino (PT), e do vereador Paulo Dias (PT).

Burguês garantiu que, quando tomou posse, informou à Câmara e à administração municipal que Flávia exercia função comissionada no Paço. “Ela foi admitida por competência. E promovida também porque trabalha muito, é dedicada e teve méritos”, alegou.

Sobre as férias de sua mulher, o vereador afiançou que ela viajou aos Estados Unidos apenas no dia 31 de dezembro à noite, dia em que o Paço autorizou licença de 30 dias. “Ela passou o Natal comigo, aqui em São Bernardo”, disse. Funcionários da Secretaria de Obras comentaram, entretanto, que Flávia está em férias desde a terceira semana de dezembro e que retornará apenas hoje.
 




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