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Timor Leste comemora voto por independência
Do Diário do Grande ABC
30/08/2000 | 10:01
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Milhares de timorenses orientais se reuniram nesta quarta-feira no Timor Leste para comemorar o primeiro aniversário do voto pela independência, e rezar pelos que morreram por essa causa.

Cerca de 1.500 pessoas, vestidas com suas melhores roupas, participaram de uma missa celebrada na catedral de Dili por um dos Prêmios Nobel da Paz em 1996, monsenhor Carlos Ximenes Felipe Belo, que pediu que os habitantes se ``unissem para trabalhar pelo futuro'.

Outras três mil pessoas chegaram em procissao, levando flores e cantando. No interior da catedral, dez combatentes em uniforme militar representavam a guerrilha do Fretilin, que combateu as forças de segurança indonésias desde 1975.

O dirigente timorense Xanana Gusmao, que nesta quarta-feira foi reeleito presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), e o representante da administraçao provisória da ONU (UNTAET), Sérgio Vieira de Mello, assistiram à cerimônia. Ian Martin, que dirigiu a equipe da ONU encarregada da votaçao sobre a independência, também estava presente.

Mais de 85% dos habitantes do pequeno território que conta com menos de um milhao de pessoas sao cristaos. ``Os sobreviventes têm agora a responsabilidade de construir um Timor Leste melhor, um território que mereça o sacrifício de tantos', declarou José Ramos Horta, co-ganhador do Prêmio Nobel da Paz, junto a monsenhor Belo.

Em 30 de agosto de 1999, os timorenses orientais votaram massivamente pela independência desta ex-colônia portuguesa invadida pela indonésia em 1975 e anexada no ano seguinte.

Este resultado provocou a vingança das milícias pró-indonésias apoiadas pelo exército indonésio, que saquearam o território antes de se dirigir à parte ocidental da ilha. Centenas de civis foram assassinados e se desconhece o total de vítimas. Mais de 250 mil pessoas foram obrigadas a fugir. Desse total, 170 mil voltaram a Timor Leste.

Os capacetes azuis da ONU haviam reforçado as medidas de segurança por medo de ataques dos milicianos por causa das celebraçoes. Na terça-feira, houve um tiroteio entre capacetes azuis australianos e dois milicianos, um dos quais estava armado, sem causar feridos, a 60 km a sudoeste de Dili, segundo a ONU.

No segundo semestre devem ocorrer eleiçoes gerais nesse território, onde tudo está por reconstruir.




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