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População será retirada de favela em S.Bernardo
Por Luciele Velluto
Especial para o Diário
29/12/2005 | 08:48
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A Prefeitura de São Bernardo iniciou as ações para a retirada de moradores da área de compensação ambiental às obras viárias financiadas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A Secretaria de Habitação e Meio Ambiente foi quarta-feira à favela do Robertão, na estrada dos Alvarenga, na divisa com Diadema, retirar as cercas que delimitavam o núcleo e cumprir a ordem do Ministério Público de demolir novas construções de alvenaria e barracos formados após o cadastramento de moradores realizado em 2002, que listou 206 famílias. Apenas essas serão contempladas com imóveis em conjuntos habitacionais no prazo de cinco anos. A favela será reflorestada e transformada em área de preservação ambiental.

Foram demolidos na favela quarta-feira três imóveis de alvenaria, dois residenciais e um comercial, e um barraco de madeira. Segundo o secretário de Habitação e Meio Ambiente, Ademir Silvestre, os moradores estavam avisados que não poderiam ampliar ou transformar suas moradias após o cadastramento. “Estamos retirando a cerca dos fundos porque não é permitido a delimitação e porque estão ampliando a área de ocupação. Quem não está cadastrado será retirado o mais breve possível e incentivado a retornar para sua cidade de origem”, afirma. A favela fica em área de manancial.

A Prefeitura não sabe informar quantas famílias não-cadastradas moram no local e uma fiscalização deve ser feita para identificar quem está irregular e evitar novas ocupações. “Vamos notificá-los a sair e se houver resistência, as casas serão destruídas”, fala Silvestre. Os moradores que teriam suas casas demolidas receberam a notificação da irregularidade na última quinta-feira para saírem do imóvel em três dias úteis e destruíram suas construções.

O auxiliar de cocheira Fábio de Oliveira mora no local há três meses e teve que desmanchar seu barraco de dois cômodos. “Moro com minha esposa e filha de nove meses. Tive que desfazer minha casa por medo que derrubassem com tudo dentro. Só que agora não tenho para onde ir e nem dinheiro para pagar aluguel”, conta.

Silvestre explica que a ação da Prefeitura será permanente quanto às novas ocupações não só na favela do Robertão, mas também em outros bairros da cidade, como Capelinha, Jardim Lavínia e Parque São Bernardo. “Onde temos denúncia de ocupação clandestina e ampliação de barraco com alvenaria, vamos trabalhar forte para não deixar se fixar. Não queremos mais invasores”, diz o secretário.




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