A polícia manteve-se muito discreta sobre as condiçoes de cativeiro da jovem japonesa, que finalmente recuperou a liberdade e foi devolvida na última sexta-feira à sua família, graças à intervençao inesperada de uma equipe de enfermeiros.

A adolescente foi seqüestrada em novembro de 1990, quando tinha somente nove anos e meio, no caminho para a escola, por um homem que desde entao a manteve fechada no segundo andar de sua casa em Kashiwasaki, 250 km ao Norte de Tóquio.

A investigaçao sobre seu desaparecimento nao tinha dado nenhum resultado. Apesar de seu estado de comoçao, a jovem explicou seu cativeiro aos policiais: ``No início, tinha muito medo para tentar fugir e pouco a pouco fui perdendo toda energia', contou.

As condiçoes de sua reclusao eram muito duras. As janelas do quarto onde era mantida fechada tinham sido vedadas e ela nao tinha acesso nem mesmo ao banheiro. Leu alguns livros e escutou rádio, mas só conseguiu ver televisao no ano passado, precisou um jornal.

Segundo um especialista em psicologia criminal da Universidade de Tóquio, devido à pouca idade que tinha quando foi seqüestrada, a moça ``perdeu pouco a pouco seu vigor e suas referências do mundo exterior'.

Isto poderia explicar por que nao tentou fugir, inclusive quando seu seqüestrador estava ausente.

A polícia nao informou que a adolescente tinha sido vítima de abusos sexuais de parte do seqüestrador, que a espancou várias vezes.

O criminoso, um desempregado de 37 anos, foi hospitalizado e deverá ser interrogado. Segundo a imprensa, teria problemas psíquicos e estaria implicado em outro caso de seqüestro.

O indivíduo vivia com sua mae, que explicou que jamais teria conseguido imaginar que uma jovem estivesse presa no segundo andar, para onde seu filho nao a deixava subir.